China adverte a Índia para que retire suas tropas do Tibete
Jornal porta-voz do governo chinês voltou a pedir à Índia que retire imediatamente seus soldados da região chinesa de Doklam
EFE
Publicado em 10 de agosto de 2017 às 09h44.
Pequim - A paciência do Governo chinês para a ocupação de parte do seu território por tropas indianas no Tibete "está se esgotando" e o país vizinho "está brincando com fogo e pode se queimar", advertiu nesta quinta-feira em um editorial do "Diário do Povo", o jornal porta-voz do Partido Comunista da China.
O editorial volta a pedir à Índia que retire imediatamente seus soldados da região chinesa de Doklam, fronteiriça entre ambos países e o Butão, e aponta que a incursão, que se prolonga há quase dois meses, "revela as ambições geopolíticas indianas".
"A Índia está há muito tempo tentando dominar a Ásia", assegura o artigo de opinião, que diz que o exército indiano entrou em território chinês com a desculpa de proteção a seu aliado Butão, o que para o jornal "não é mais que um pretexto para os seus sonhos de superpotência".
A China acusa a Índia da entrada ilegal em seu território de 270 soldados armados e duas escavadoras a fim de paralisar as obras de uma estrada em Doklam, pequeno território controlado por Pequim mas reclamado pelo Butão, país que tem na Índia seu principal aliado.
O "Diário do Povo" assegurou que "para neutralizar a crise, a Índia deve retirar imediatamente as tropas dessa área", e pediu à potência vizinha que lembre da cooperação que ambos países protagonizaram no seio de organizações como o bloco de países emergentes BRICS ou a Organização para a Cooperação de Xangai.
No fim-de-semana passado, analistas citados pelo jornal "Global Times", do mesmo grupo midiático que o "Diário do Povo", advertiram que o Exército chinês poderia lançar no prazo de duas semanas uma operação militar contra os soldados indianos que há dois meses ocupam território da China.
Teme-se que isso afete negativamente as relações entre os dois países, quando resta menos de um mês para que a China acolha a cúpula de países emergentes BRICS, à qual é esperado o comparecimento dos máximos líderes da Índia, Rússia, Brasil e África do Sul.