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Chile pede ajuda internacional por incêndio na Patagônia

Pelo menos 700 turistas e várias dezenas de funcionários tiveram que ser evacuados rapidamente da área, declarada reserva da Biosfera pela Unesco

Na região habita o huemul chileno, um cervo autóctone pouco conhecido, que faz parte do escudo nacional, e muitas espécies que não se encontram em nenhum outro lugar (Wikimedia Commons)

Na região habita o huemul chileno, um cervo autóctone pouco conhecido, que faz parte do escudo nacional, e muitas espécies que não se encontram em nenhum outro lugar (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2011 às 21h34.

Santiago - O governo chileno pediu ajuda internacional nesta sexta-feira devido à magnitude do incêndio que até agora consumiu mais de nove mil hectares do parque nacional Torres del Paine.

Pelo menos 700 turistas e várias dezenas de funcionários tiveram que ser evacuados rapidamente da área, declarada reserva da Biosfera pela Unesco, e onde chegam nos meses do verão austral 130 mil visitantes, a maioria europeus.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera que estava no balneário de Viña del Mar com a família para passar as festas de fim de ano, retornou rapidamente à capital e se instalou por algumas horas nas dependências do Escritório Nacional de Emergência.

Ali, em entrevista coletiva afirmou que seu Governo declarou 'zona de catástrofe' na Patagônia chilena a fim de multiplicar a ajuda que seja necessária para acabar com o incêndio e pediu ajuda internacional urgente a Estados Unidos, Austrália e Argentina.

Enquanto o presidente chileno falava, os analistas calculavam em 8.500 os hectares de floresta nativa destruídos. Três horas depois, o incêndio já afetava mais de nove mil hectares e começou a ameaçar a fauna existente no lugar.

Na região habita o huemul chileno, um cervo autóctone pouco conhecido, que faz parte do escudo nacional, e muitas espécies que não se encontram em nenhum outro ponto do planeta e que estão em perigo de extinção há várias décadas.

Piñera lembrou que o rápido avanço das chamas determinou que as autoridades regionais determinassem rapidamente o fechamento total do parque, de mais de 240 mil hectares e um dos mais visitados por turistas estrangeiros.

No lugar do incêndio trabalham cerca 200 soldados, inclusive 115 bombeiros da Corporação Nacional Florestal, soldados do exército e voluntários argentinos, com apoio de helicópteros, um número que os analistas consideram insuficiente para um incêndio desta magnitude.

De fato, o grupo 'Ação Ecológica' criticou a débil reação do Governo ao incêndio. O porta-voz do grupo, Luis Mariano Rendón, sustentou que é 'uma vergonha' que haja quase mais brigadistas argentinos que membros do Exército do Chile combatendo as chamas.


O incêndio, que teria começado na quarta-feira passada, em uma trilha para excursionistas, consome em média 2.500 hectares de floresta por dia, segundo Piñera.

O presidente destacou que foram solicitadas fotos feitas pelos satélites para obter 'um diagnóstico mais preciso e poder ver o que infelizmente os aviões e helicópteros não podem observar pelas condições de fumaça no lugar'.

Piñera antecipou que o parque vai permanecer fechado enquanto durar o incêndio e ressaltou que o fogo pode ter se originado por negligência ou distração de um turista.

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