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Chefe das Forças Armadas da França renuncia após cortes de Macron

A possibilidade de saída pairava desde que Pierre de Villiers criticou os cortes orçamentários em Defesa previstos por Macron para 2017

Pierre de Villiers: o governo determinou um corte de 850 milhões de euros no gasto militar deste ano (Stephane Mahe/Reuters)

Pierre de Villiers: o governo determinou um corte de 850 milhões de euros no gasto militar deste ano (Stephane Mahe/Reuters)

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Reuters

Publicado em 19 de julho de 2017 às 08h36.

Última atualização em 19 de julho de 2017 às 08h43.

Paris - O comandante das Forças Armadas da França renunciou nesta quarta-feira após uma disputa acalorada com o presidente francês, Emmanuel Macron, sobre cortes no orçamento da Defesa, trazendo à prova o líder recém-eleito.

Em um comunicado, Pierre de Villiers, de 60 anos, disse que tentou manter uma força de defesa francesa com a capacidade de fazer um trabalho cada vez mais difícil dentro das restrições financeiras impostas, mas afirmou já não ser capaz de conseguir.

"Nas circunstâncias atuais, não me vejo mais capaz de garantir a força de defesa robusta que acredito ser necessária para garantir a proteção da França e dos franceses, hoje e amanhã, e sustentar os objetivos do nosso país", afirmou.

Macron aceitou a renúncia, acrescentou Villiers.

Uma disputa intensa começou na semana passada entre os dois homens, apenas dois meses depois da eleição de Macron, e no momento em que a França se preparava para a pompa militar de um desfile do dia da Bastilha em 14 de julho em que o presidente norte-americano, Donald Trump, foi o convidado de honra de Macron.

De Villiers, que compareceu a uma audiência fechada com parlamentares, usou uma linguagem forte para protestar contra o corte no orçamento da Defesa de 850 milhões de euros que Macron determinou como parte de seus esforços para controlar os gastos do Estado.

"Não vou deixar me f... assim", disse, de acordo com duas fontes parlamentares. "Eu posso ser estúpido, mas sei quando estão me fritando".

Macron tinha tornado pública a sua repreensão. "Eu assumi compromissos, eu sou o seu chefe", disse ele em um discurso para dezenas de oficiais superiores do Exército e suas famílias.

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