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Chavistas abandonam Maduro e criam grupo próprio no parlamento

Esta primeira cisão no parlamento acontece dois dias após a eleição de uma Assembleia Nacional Constituinte impulsionada pelo presidente

Maduro: "Continuamos sendo socialistas e compartilhamos o projeto bolivariano", destacou o deputado (Carlos Garcias Rawlins/Reuters)

Maduro: "Continuamos sendo socialistas e compartilhamos o projeto bolivariano", destacou o deputado (Carlos Garcias Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 1 de agosto de 2017 às 16h28.

Caracas - Três deputados chavistas abandonaram nesta terça-feira a bancada do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e criaram seu próprio grupo no parlamento de maioria opositora, o qual os legisladores oficialistas não frequentam por considerá-lo "em desacato".

"Decidimos constituir o Bloco Parlamentar Socialista (...) animados pela necessidade de contribuir ao estudo das soluções que requerem os grandes problemas do país", disse o deputado chavista Eustoquio Contreras ao ler, na sessão parlamentar de hoje, uma carta dos dissidentes explicando sua decisão.

Esta primeira cisão do oficialismo no parlamento acontece dois dias após a eleição de uma Assembleia Nacional Constituinte impulsionada pelo presidente Nicolás Maduro, em eleições que foram realizadas sob fortes protestos e a rejeição da oposição, setores chavistas e boa parte da comunidade internacional.

"Em 1999 (quando se sancionou a atual Carta Magna) foi o povo quem convocou a Constituinte. Hoje só foi convocada por um poder constituído e não podemos nos calar", disse Contreras ao tomar a palavra frente aos deputados e assegurar que a sua pequena bancada defenderá o "legado" do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013).

Contreras antecipou que outros legisladores do partido de governo "irão se incorporando progressivamente" ao parlamento, declarado "em desacato" pelo Tribunal Supremo de Justiça, que anulou todos os seus atos.

"Continuamos sendo socialistas e compartilhamos o projeto bolivariano, a nossa diferença é na forma de enfrentar a crise", destacou.

Nesse sentido, fez votos para que as instituições do Estado, atualmente confrontadas, apostem no entendimento para levar paz ao país, abalado há quatro meses por uma onda de protestos que deixou 121 mortos, quase 2.000 feridos e mais de 5.000 detidos.

"Tenham a plena segurança de que lhes recebemos com toda a dignidade do seu cargo, com todo o respeito que temos por todos os venezuelanos seja qual for seu modo de pensar" disse o presidente do parlamento, Julio Borges.

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