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Chávez e Capriles têm um mês para convencer eleitores

As pesquisas de opinião apresentam tendências muito diferentes, que vão desde a uma ampla vitória de Chávez a uma leve vantagem de Capriles

Chávez se limitou a grandes atos com milhares de seguidores que aclamam e celebram o discurso do líder bolivariano (©AFP / Juan Barreto)
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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2012 às 18h59.

Caracas - Com estilos antagônicos de fazer campanha e entender política, o presidente venezuelano, Hugo Chávez , e seu opositor, Henrique Capriles, têm a partir desta quinta-feira um mês pela frente para captar os votos dos indecisos nas eleições de 7 de outubro.

As pesquisas de opinião apresentam tendências muito diferentes, que vão desde a uma ampla vitória de Chávez a uma leve vantagem de Capriles, e recebem o apreço ou o desprezo das respectivas equipes de campanha se favorecem ou prejudicam os concorrentes.

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Capriles chegou hoje a Sucre, no extremo leste da Venezuela, como parte de uma turnê eleitoral na qual está há dois meses e que deve passar por todos os municípios do território venezuelano.

''Sucre, aqui estamos de volta! Um abraço a todos! Prontos para percorrer este maravilhoso estado onde chegará o progresso!'', afirmou em seu perfil no Twitter o advogado de 40 anos.

Sua estratégia de ir ''casa por casa'' mudou para a do ''município por município'', mas a denominação não variou o conteúdo: longas jornadas nas quais o candidato visita dois, três, quatro e até mais cidades na corrida para levar sua mensagem a todos os cantos do país.

Em contrapartida, Chávez se limitou a grandes atos com milhares de seguidores que aclamam e celebram o discurso do líder bolivariano.

O governante de 59 anos chega geralmente aos atos em um veículo e abre passagem entre a multidão. Já Capriles, caminha entre empurrões e agarrões, alguns de carinho e outros nem tanto, antes de suas apresentações públicas.


Amparado em sua condição de presidente - cargo que exerce desde 1999 -, Chávez aumentou o número de transmissões obrigatórias nas emissoras de rádio e televisão - as chamadas ''cadenas'' - obrigando a presença de todos os meios de comunicação nos seus atos presidenciais, seja para entregar premiações a aposentados como para receber atletas olímpicos.

''Se não fossem as ''cadenas'', tenho certeza absoluta que os canais de televisão privados não transmitiriam isso'', argumentou Chávez dias atrás, durante uma transmissão de quase três horas na inauguração de um supermercado.

''O candidato do governo, como não visita os municípios, não escuta as comunidades, viola as normas eleitorais e submete o país às ''cadenas''!'', exclamou Capriles no Twitter.

O ex-ministro de Chávez, Jesse Chacón, diretor do instituto GIZ XXI, afirmou que Capriles seguiu ''um esquema de se apresentar como esquerda'' na busca de conquistar mais eleitores.

''Na Venezuela de hoje, ao contrário da Europa, um candidato que se apresente como representante dos princípios da direita não ganha'', disse.

Chacón disse que o presidente se apresenta como ''o estadista que transformou a realidade'' contra ''um rapaz que não está capacitado''.

O presidente do instituto de pesquisas Datanálisis, Luis Vicente León, acredita que a campanha de Chávez esteve dominada até agora por três ideias que funcionaram no passado: os gastos públicos, o medo da perda desse gasto e o conceito de ''ou Chávez ou o caos''.

León disse à Agência Efe que o discurso do presidente continuará em torno desses pontos e talvez com mais provocações a Capriles para colocá-lo ''em seu lugar, no terreno do conflito''.


Já Capriles vai aumentar a publicidade em meios de comunicação e tentará levar um discurso ''novo'', de ''juventude'', de ''mudança'' e de ''diferença''.

Incidentes como a explosão da refinaria de Amuay, que resultou em 42 mortes, e a crise carcerária que deixou 26 mortos nas últimas semanas permanecem longe do discurso de campanha.

Para León, ''é óbvio'' que Capriles decidiu ''privilegiar a continuação de sua campanha convencional'' e não entrar em ''temas que estremeçam a opinião pública''.

''Se, na verdade, ele estiver empatado e sua campanha for suficiente, então é uma boa decisão, mas se estiver em segundo, está desperdiçando uma oportunidade importantíssima'', disse.

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