Olaf Scholz, pediu à montadora Volkswagen que não feche fábricas, informou o grupo de mídia Funke (Sean Gallup/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 8 de dezembro de 2024 às 13h10.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu à montadora Volkswagen que não feche fábricas, informou o grupo de mídia Funke, mesmo reconhecendo que a decisão cabe aos proprietários e representantes dos trabalhadores da empresa.
Fechar locais de produção “não seria o caminho certo”, pois decisões gerenciais ruins contribuíram para a situação difícil, disse Scholz ao grupo de mídia Funke em uma entrevista publicada no sábado.
Scholz, um social-democrata, afirmou que, embora sejam os proprietários que negociam as decisões específicas junto com os parceiros sociais, “é sempre certo lembrar as empresas de sua responsabilidade”.
Seus comentários ocorrem antes de uma segunda onda de chamadas greves de advertência por parte dos trabalhadores da VW em fábricas alemãs, planejadas para esta segunda-feira. As greves visam pressionar os executivos durante negociações travadas sobre como reduzir custos.
A Volks está propondo fechamentos de fábricas sem precedentes, milhares de demissões e cortes salariais de 10% em sua marca principal, que enfrenta baixa demanda na Europa e perda de relevância na China, o maior mercado automotivo do mundo.
Na segunda-feira passada,cerca de 66 mil trabalhadores da Volkswagen em toda a Alemanha fizeram uma greve de advertência
após impasse entre líderes sindicais e a empresa sobre como reduzir custos na marca homônima da montadora
As chamadas greves de advertência — paralisações temporárias projetadas para pressionar a companhia durante negociações travadas — ocorreram em nove das dez fábricas da Volks na Alemanha, incluindo a principal delas, de veículos elétricos, localizada em Zwickau.
A maior montadora da Europa tem cerca de 300.000 funcionários, dos quais 120.000 trabalham para a marca Volks, a mais afetada pelos planos de fechamento de unidades.
A administração da Volks e os líderes sindicais estão em conflito sobre como lidar com a queda na demanda por veículos elétricos, os custos operacionais mais elevados e a crescente concorrência de fabricantes chineses.
A diretoria já declarou que a empresa precisa fechar três fábricas na Alemanha e demitir milhares de trabalhadores, mas os representantes sindicais pressionam para manter as unidades abertas.
A última vez que a montadora enfrentou paralisações em todas as instalações foi em pequena escala, em 2021, ainda durante a pandemia. Três anos antes, mais de 50.000 trabalhadores de seis fábricas participaram de greves.
A Volkswagen, assim como outras montadoras, enfrenta a crescente concorrência chinesa, uma desaceleração do interesse por veículos elétricos 'puros', além da estagnação da economia alemã, a maior da Europa.