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Centro Carter apresenta atas das eleições venezuelanas na OEA

Documentos apresentados à OEA indicam que Edmundo González Urrutia venceu as eleições com 67% dos votos

González Urrutia pediu asilo na Espanha (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 2 de outubro de 2024 às 18h48.

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O Centro Carter apresentou nesta quarta-feira, 2, à Organização dos Estados Americanos (OEA) as "atas originais" das eleições na Venezuela, que comprovam a vitória do líder opositor Edmundo González Urrutia sobre Nicolás Maduro.

“Acabo de receber o que foi enviado por correio internacional e gostaria de compartilhar com vocês depois da sessão, para que possam ver que estas são atas originais da Venezuela, que têm um código QR muito significativo”, afirmou Jennie K. Lincoln, assessora para a América Latina e o Caribe do Centro Carter.

Este código "permitiu às testemunhas, aos observadores eleitorais de milhares de centros de votação, recolherem informações de maneira sistemática a partir de dados originais produzidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE)", acrescentou ela durante a sessão da OEA em Washington.

Denúncia de fraude nas eleições venezuelanas

O Centro Carter foi convidado a observar as eleições de 28 de julho, nas quais o presidente Nicolás Maduro foi proclamado vencedor para um terceiro mandato de seis anos, em meio a denúncias de fraude. A líder opositora María Corina Machado e o adversário de Maduro nas urnas, Edmundo González Urrutia, afirmam ter provas que desmentem o triunfo do atual presidente: as atas eleitorais.

E a responsável do Centro Carter confirmou essa acusação.

Os dados "demonstram que Edmundo González obteve mais de 67% dos votos e Nicolás Maduro conseguiu 31%", mas "a responsabilidade" de proclamar esse resultado recai sobre a autoridade eleitoral, declarou Lincoln.

González Urrutia em exílio

González Urrutia optou por pedir asilo na Espanha após passar um mês na clandestinidade e ser alvo de uma ordem de captura na Venezuela. Não só a oposição conhece os "verdadeiros resultados" das eleições, mas também "o governo", o CNE e "os militares" porque o sistema de votação eletrônica "funcionou", apontou Jennie Lincoln.

"O mundo sabe o que aconteceu em 28 de julho; agora tem a verdade em suas mãos!", reagiu Corina Machado na rede social X (antigo Twitter).

Reação da comunidade internacional

Os Estados Unidos e grande parte da comunidade internacional denunciam fraude eleitoral e pedem a publicação das atas, o que o governo de Caracas se recusa a fazer.

Durante a sessão do conselho permanente, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, denunciou que o processo eleitoral "não foi justo, livre ou transparente".

"Como se esperava, não foi apresentada nenhuma ata nem evidência do resultado eleitoral", disse Almagro, enfatizando que o resultado foi "fraudulento" e "ocultado através de tortura, assassinatos, desaparecimentos forçados e perseguição política".

A questionada reeleição de Maduro resultou em protestos na Venezuela, com um saldo de 27 mortos, cerca de 200 feridos e mais de 2.400 detidos.

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