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Centenas estão desaparecidos nos incêndios florestais no Chile; número de mortos chega a 123

Chamas pareciam ter diminuído na manhã de segunda-feira, depois de arderem intensamente desde sexta-feira

Chile: Vista geral das casas destruídas por incêndios florestais em Vina del Mar, Chile, em 5 de fevereiro de 2024 (Anadolu/Getty Images)

Chile: Vista geral das casas destruídas por incêndios florestais em Vina del Mar, Chile, em 5 de fevereiro de 2024 (Anadolu/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 6 de fevereiro de 2024 às 14h19.

Voluntários no centro do Chile tentaram remover metal carbonizado, vidros quebrados e outros detritos nesta segunda-feira, 5, de bairros devastados por incêndios florestais nos últimos dias, enquanto as autoridades aumentaram o número de mortos para 123. Centenas de pessoas continuam desaparecidas.

Os incêndios pareciam ter diminuído na manhã de segunda-feira, depois de arderem intensamente desde sexta-feira, 2, no leste da cidade de Viña del Mar. Duas outras cidades da região de Valparaíso, Quilpé e Villa Alemana, também foram duramente atingidas, e o presidente Gabriel Boric disse no domingo, 4, que pelo menos 3 mil casas foram incendiadas na área.

Mais dez vítimas foram acrescentadas ao número de mortos na tarde de segunda-feira, disse Marisol Prado, diretora do Serviço Médico Forense do Chile, o que leva o total a 123.

Prado disse que muitos corpos estavam em más condições e difíceis de identificar, mas acrescentou que os trabalhadores forenses estariam colhendo amostras de material genético de pessoas que relataram parentes desaparecidos.

A prefeita de Viña del Mar, Macarena Ripamonti, disse que pelo menos 370 pessoas foram dadas como desaparecidas na cidade de cerca de 300 mil habitantes.

Os incêndios devastaram vários bairros precariamente construídos nas montanhas que se erguem a leste de Viña del Mar, que também é uma popular cidade de praia.

"É muito triste perder nossas memórias, nossas fotos"

As autoridades sugeriram que alguns dos incêndios florestais ao redor da cidade poderiam ter sido provocados intencionalmente. O tempo seco, os ventos fortes e a baixa umidade ajudaram os incêndios a se espalharem mais rapidamente, disse Boric.

Priscila Rivero, uma chef do bairro Alto Miraflores, disse que demorou cerca de 15 minutos para as chamas se deslocarem de um morro vizinho até sua casa.

Ela disse que levou seus filhos para um local seguro quando viu o fogo se aproximando, mas quando voltou para resgatar alguns de seus pertences, sua casa estava em chamas, com chamas saindo das janelas.

"É o lugar onde vivemos toda a nossa vida", disse Rivero. "É muito triste vê-lo destruído e perder nossas memórias, nossas fotos, as fotos do casamento dos meus pais, mas um pouco disso permanecerá em nossos corações."

Joe Biden

O presidente dos EUA, Joe Biden, emitiu um comunicado na segunda-feira que dizia “Jill e eu estamos profundamente tristes pela perda de vidas e pela devastação causada pelos incêndios florestais em curso no Chile”. “Minha administração está em contato com nossos parceiros chilenos e os Estados Unidos estão prontos para fornecer a assistência necessária ao povo chileno.”

Escolas e outros edifícios públicos em Viña del Mar e na capital Santiago funcionam atualmente como depósitos, onde as pessoas levam doações de água, alimentos, velas e pás para as vítimas dos incêndios.

Em Viña del Mar e nas cidades próximas de Villa Alemana e Quilpé a polícia pediu às pessoas que não foram afetadas pelos incêndios que ficassem em casa para que as equipes de resgate pudessem se movimentar com mais facilidade.

Preocupação com saqueadores

Centenas de pessoas afetadas pelos incêndios voltaram para suas casas na segunda-feira para vasculhar os escombros. Muitos afirmaram que preferem dormir perto das suas casas para evitar que saqueadores levem o que resta dos seus bens ou reivindiquem os terrenos onde as suas casas foram construídas.

No bairro de Villa Independencia, na periferia leste de Viña del Mar, Marco Delgadillo tentou limpar os escombros de sua casa, que construiu há 25 anos, quando a área foi primeiramente ocupada de forma aleatória por trabalhadores sem licenças de construção.

Os móveis da casa de Delgadillo foram devorados pelas chamas e as paredes estavam enegrecidas pela fumaça, mas ainda estavam de pé.

O trabalhador da construção disse que iria reconstruir a casa e pediu ao governo municipal que o ajude a consertar o telhado da residência, que desabou, antes que o inverno comece no hemisfério sul. "Não temos outra escolha", disse Delgadillo. "Comprar um novo terreno é inacessível neste momento."

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