Eleições: durante o fim de semana, Trump desacreditou um relatório da CIA sobre os ciberataques (foto/Getty Images)
EFE
Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 18h02.
Washington - A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira que apoia que o Congresso realize uma investigação, como estão solicitando senadores de ambos partidos, dos ciberataques supostamente orquestrados pela Rússia para ajudar o agora presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, a vencer as eleições.
Em sua entrevista coletiva diária, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que o governo respalda há muito tempo que o Congresso realize "uma revisão" desses ataques cibernéticos, que Trump se recusa a atribuir à Rússia.
Segundo o porta-voz do presidente Barack Obama, a revisão do Congresso "está justificada" quando se leva em conta "o que está em jogo e as consequências" desse ciberataque.
Earnest lembrou, além disso, que Obama ordenou na semana passada que as agências de inteligência realizem uma revisão exaustiva dos ataques cibernéticos contra o processo eleitoral no país precisamente para obter evidências que possam ser apresentadas ao Congresso.
Durante o fim de semana, Trump desacreditou um relatório da CIA revelado pelo jornal "The Washington Post" e que indica que essa e outras agências de inteligência concluíram que os ciberataques da Rússia não buscavam simplesmente desestabilizar o processo eleitoral dos EUA, mas ajudar o candidato republicano.
A Rússia negou em várias ocasiões seu envolvimento nesses ciberataques e Trump se manteve do lado de Moscou apesar de, no último mês outubro, as agências de inteligência americanas terem concluído uma investigação que relacionava o ataque cibernético a vários funcionários russos.
Hoje Trump, através de sua conta no Twitter, insistiu em rejeitar as informações do ciberataque russo a seu favor.
"A menos que você pegue os hackers no ato, é muito difícil determinar quem estava fazendo isso. Por que não se abordou este assunto durante as eleições?", questionou Trump.
Entre outras coisas, os ciberataques geraram o roubo e a publicação de 20.000 e-mails do Comitê Nacional Democrata (DNC) e outras muitas mensagens da campanha de sua rival na corrida presidencial, Hillary Clinton.
Perante a resposta de Trump, que tachou de "ridícula" a conclusão da CIA de que Rússia o ajudou a ganhar as eleições com esses ciberataques, Earnest ressaltou hoje que os profissionais e analistas da inteligência dos EUA são "patriotas", que dedicam suas carreiras "e suas vidas" a proteger a segurança nacional.
Nesse sentido, o porta-voz acrescentou que tem certeza que, como ocorreu com Obama, Trump "se beneficiaria" de seus conselhos e informações se estiver "aberto" a escutá-los.