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Carter: ida de Abe a Pearl Harbor mostra "compromisso pela paz"

Carter também tratou com Abe a situação das tropas americanas desdobradas no Japão

Ashton Carter: a viagem de Abe será a primeira visita de um primeiro-ministro do Japão a Pearl Harbor (Reuters / Jonathan Brady)

Ashton Carter: a viagem de Abe será a primeira visita de um primeiro-ministro do Japão a Pearl Harbor (Reuters / Jonathan Brady)

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EFE

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 13h26.

Tóquio - O secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, afirmou nesta terça-feira que a visita do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, junto ao presidente americano, Barack Obama, à base de Pearl Harbor no Havaí no final do mês mostrará o "compromisso conjunto pela paz" de ambos países.

Carter se pronunciou assim em um encontro realizado em Tóquio com o primeiro-ministro do Japão, durante a última viagem à Ásia do atual secretário de Defesa antes da chegada à Casa Branca da nova Administração liderada por Donald Trump.

A visita conjunta à base atacada pelo Japão em 7 de dezembro de 1941 será "um grande gesto sobre o compromisso comum pela paz e pela reconciliação" de ambos países, afirmou Carter durante a reunião, segundo informou o Ministério japonês das Relações Exteriores.

A viagem ao país asiático do secretário de Defesa ocorre um dia depois que Abe anunciou que visitará Pearl Harbor junto o presidente americano entre 26 e 27 de dezembro, na mesma semana da celebração do 75º aniversário do ataque japonês.

Carter também tratou com Abe a situação das tropas americanas desdobradas no Japão, e confirmou que Washington devolverá ao Japão parte de seus terrenos militares na ilha de Okinawa, o que reduzirá a superfície total ocupada pelos EUA neste arquipélago meridional do país asiático.

Os Estados Unidos "estão preparados para fazer a maior transferência de terrenos na história de sua aliança bilateral", afirmou Carter, que acrescentou que os 4 mil hectares empregados atualmente como campo de treinamento militar serão devolvidos ao Japão em 22 de dezembro.

Okinawa abriga mais da metade dos cerca de 47 mil soldados que Washington mantém no Japão, assim como 74% das instalações militares americanas no país asiático, que ocupam 23 mil hectares (um quinto de sua superfície total).

Antes de seu encontro de hoje com o primeiro-ministro, Carter visitou a base marítima das Forças de Autodefesa japonesas de Yokosuka (sudoeste de Tóquio), desde a qual ambos países dirigiram manobras militares conjuntas.

Na quarta-feira, o secretário de Defesa deve se reunir com sua colega japonesa, Tomomi Inada, que destacou hoje em entrevista coletiva a necessidade de "reafirmar a força da aliança bilateral" durante a transição entre o atual Executivo e a Administração Trump.

A viagem de Abe será a primeira visita de um primeiro-ministro do Japão a Pearl Harbor, onde a ofensiva surpresa do Exército imperial deixou mais de 3,5 mil mortos e justificou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.

Em maio, por sua parte, Obama fez história ao se transformar no primeiro presidente dos Estados Unidos em exercício a visitar a cidade japonesa de Hiroshima, sobre a qual há 71 anos seu país lançou uma bomba nuclear que matou mais de 140 mil pessoas.

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