Capacetes brancos fizeram provocação mais odiosa do conflito, diz Rússia
A Rússia alega que a ONG, que faz resgate de civis nas zonas controladas pela oposição, encenou vários ataques químicos para acusar o regime sírio
EFE
Publicado em 23 de julho de 2018 às 15h47.
Moscou - O governo da Rússia disse nesta segunda-feira que integrantes da organização batizada como Defesa Civil Síria, também conhecida como "capacetes brancos", evidenciaram a hipocrisia do grupo ao deixar a Síria após participarem das provocações mais odiosas registradas ao longo do conflito armado.
"É bem sabido que os 'capacetes brancos' tomaram parte nas provocações mais odiosas durante o conflito sírio. Atuaram exclusivamente em territórios controlados por facções radicais islamitas, onde utilizaram-se de filmes para acusar as autoridades sírias", afirmou o Ministério de Relações Exteriores da Rússia.
O Kremlin alega que a ONG, que se posiciona como um grupo de resgate de civis nas zonas controladas pela oposição, encenou vários falsos ataques químicos para acusar o regime de Bashar al Assad.
"Preferiram fugir da Síria com apoio estrangeiro, revelando sua verdadeira essência e mostrando ao mundo sua hipocrisia (...) Deixaram claro de quem recebiam as encomendas e quem os financiava", acrescentou o governo da Rússia no comunicado.
A Jordânia anunciou ontem que permitiu a entrada de mais de 400 refugiados sírios no país, entre eles membros dos "capacetes brancos". O grupo deixou a Síria através das Colinas de Golã, ocupadas por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Os "capacetes brancos" foram os que denunciaram em abril o suposto ataque com armas químicas contra Duma, nos arredores de Damasco, e que teria matado 42 pessoas.
A ONG mostrou na época fotos de corpos, muitos deles de crianças, e garantiu que um helicóptero do regime sírio jogou um barril-bomba que continha um agente químico sobre Duma.
A Rússia e o governo da Síria classificaram as provas como uma "encenação". Antes, os dois países tinham alertado sobre as intenções do Ocidente de simular um ataque com armas químicas nos arredores de Damasco.