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Candidatos miram em indecisos na Argentina

Os candidatos à presidência focam em uma última tentativa para buscar o voto dos indecisos, enquanto o dólar aquece o fim da campanha

Argentina: a pouca precisão dos principais candidatos sobre seus planos econômicos alimentam as especulações (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2015 às 16h05.

Buenos Aires - Os candidatos à presidência da Argentina focam em uma última tentativa para buscar o voto dos indecisos, enquanto a incerteza sobre a possibilidade de um segundo turno aquece o mercado negro e leva o dólar a um novo recorde na reta final da campanha eleitoral.

A apenas cinco dias do pleito, o dólar cota no mercado negro a 16 pesos, 70% acima da cotação oficial - 9,5 pesos por dólar - arrastado por um panorama incerto sobre o resultado eleitoral.

Apesar do governista Daniel Scioli liderar as pesquisas de intenção de voto, as projeções não garantem sua vitória em primeiro turno - com 45% ou 40% e dez pontos de vantagem sobre o rival - e abrem a porta a um segundo turno, que seria realizado no dia 22 de novembro.

A pouca precisão dos principais candidatos, Scioli, o conservador Mauricio Macri (Mudemos) e o peronista dissidente Sergio Massa (Una), sobre seus planos econômicos alimentam as especulações.

O temor por uma desvalorização com a mudança de governo alimentou o mercado negro, que cresceu após o chamado "cepo cambial" (restrições à compra da moeda americana) imposto pelo governo da presidente argentina, Cristina Kirchner , no final de 2011.

"Toda a praça está convulsionada, entrando em um estresse cambial antes do esperado" resumia nesta terça-feira o jornal econômico "El Cronista".

Enquanto isso, os três principais candidatos aproveitam o final da campanha, que terminará na quinta-feira, para atrair o voto indeciso, que os analistas calculam em cerca de 10%. Para alcançá-lo, tanto Scioli como Macri e Massa reavaliaram suas estratégias eleitorais.

"Todos vão pelos indecisos, pelo voto útil, pelo centro", opinou Mariel Fornoni, da empresa de consultoria argentina "Management and Fit".

Segundo seus dados, o eleitorado argentino está dividido em partes quase iguais: "há um terço que quer mudar, um terço que quer continuidade e um terço que quer alguma mudança e alguma continuidade. Por isso todos os candidatos vão ao centro".

"Esta confluência dos candidatos faz com que "as pessoas os vejam bastante similares, e o que acaba fazendo a diferença é as pessoas querem continuidade ou mudança", argumentou.

De acordo com o analista Patrício Giusto, "está prevista uma eleição muito apertada sem precedentes desde 1983, desde o retorno da democracia".

Na corrida pelo voto, Scioli optou por antecipar a composição de seu gabinete e intensificar sua presença na província de Buenos Aires, onde foi governador durante oito anos, o maior colégio eleitoral do país e fundamental na definição de domingo.

O candidato governista se encontrará novamente com Cristina Kirchner nesta terça-feira, em meio às críticas da oposição pelo fato de a presidente continuar a fazer proselitismo em plena proibição eleitoral.

Enquanto isso, Macri aperta o passo em busca de sua única opção para chegar à presidência: um segundo turno. O candidato planeja fechar sua campanha em Córdoba, reduto do peronismo tradicional, onde Scioli foi derrotado nas primárias de agosto.

O terceiro colocado nas pesquisas, Massa, também aposta no segundo turno, confiante na possibilidade de atrair votos peronistas anti-kirchneristas.

Apesar do último esforço dos candidatos, os analistas concordam que é difícil ocorrer uma mudança drástica e preveem uma longa noite eleitoral.

"Não houve nenhum candidato que tenha conseguido seduzir, encantar, que tenha despertado emoções que mobilizem as pessoas além do que dizem, do que propõem", afirmou Giusto.

Em um contexto de briga "voto a voto", os partidos pedem a seus militantes que mantenham os olhos abertos perante qualquer irregularidade e que fiscalizem as mesas para evitar que se repitam situações como as vividas nas recentes eleições na província de Tucumán, onde o candidato governista se impôs em meio a denúncias por fraude, queima de urnas e roubo de cédulas.

Macri, atual prefeito da capital argentina, pediu "atenção à fraude" e pediu aos fiscais de mesa do Mudemos que atuem como "ninjas da apuração".

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Buenos Aires - Os candidatos à presidência da Argentina focam em uma última tentativa para buscar o voto dos indecisos, enquanto a incerteza sobre a possibilidade de um segundo turno aquece o mercado negro e leva o dólar a um novo recorde na reta final da campanha eleitoral.

A apenas cinco dias do pleito, o dólar cota no mercado negro a 16 pesos, 70% acima da cotação oficial - 9,5 pesos por dólar - arrastado por um panorama incerto sobre o resultado eleitoral.

Apesar do governista Daniel Scioli liderar as pesquisas de intenção de voto, as projeções não garantem sua vitória em primeiro turno - com 45% ou 40% e dez pontos de vantagem sobre o rival - e abrem a porta a um segundo turno, que seria realizado no dia 22 de novembro.

A pouca precisão dos principais candidatos, Scioli, o conservador Mauricio Macri (Mudemos) e o peronista dissidente Sergio Massa (Una), sobre seus planos econômicos alimentam as especulações.

O temor por uma desvalorização com a mudança de governo alimentou o mercado negro, que cresceu após o chamado "cepo cambial" (restrições à compra da moeda americana) imposto pelo governo da presidente argentina, Cristina Kirchner , no final de 2011.

"Toda a praça está convulsionada, entrando em um estresse cambial antes do esperado" resumia nesta terça-feira o jornal econômico "El Cronista".

Enquanto isso, os três principais candidatos aproveitam o final da campanha, que terminará na quinta-feira, para atrair o voto indeciso, que os analistas calculam em cerca de 10%. Para alcançá-lo, tanto Scioli como Macri e Massa reavaliaram suas estratégias eleitorais.

"Todos vão pelos indecisos, pelo voto útil, pelo centro", opinou Mariel Fornoni, da empresa de consultoria argentina "Management and Fit".

Segundo seus dados, o eleitorado argentino está dividido em partes quase iguais: "há um terço que quer mudar, um terço que quer continuidade e um terço que quer alguma mudança e alguma continuidade. Por isso todos os candidatos vão ao centro".

"Esta confluência dos candidatos faz com que "as pessoas os vejam bastante similares, e o que acaba fazendo a diferença é as pessoas querem continuidade ou mudança", argumentou.

De acordo com o analista Patrício Giusto, "está prevista uma eleição muito apertada sem precedentes desde 1983, desde o retorno da democracia".

Na corrida pelo voto, Scioli optou por antecipar a composição de seu gabinete e intensificar sua presença na província de Buenos Aires, onde foi governador durante oito anos, o maior colégio eleitoral do país e fundamental na definição de domingo.

O candidato governista se encontrará novamente com Cristina Kirchner nesta terça-feira, em meio às críticas da oposição pelo fato de a presidente continuar a fazer proselitismo em plena proibição eleitoral.

Enquanto isso, Macri aperta o passo em busca de sua única opção para chegar à presidência: um segundo turno. O candidato planeja fechar sua campanha em Córdoba, reduto do peronismo tradicional, onde Scioli foi derrotado nas primárias de agosto.

O terceiro colocado nas pesquisas, Massa, também aposta no segundo turno, confiante na possibilidade de atrair votos peronistas anti-kirchneristas.

Apesar do último esforço dos candidatos, os analistas concordam que é difícil ocorrer uma mudança drástica e preveem uma longa noite eleitoral.

"Não houve nenhum candidato que tenha conseguido seduzir, encantar, que tenha despertado emoções que mobilizem as pessoas além do que dizem, do que propõem", afirmou Giusto.

Em um contexto de briga "voto a voto", os partidos pedem a seus militantes que mantenham os olhos abertos perante qualquer irregularidade e que fiscalizem as mesas para evitar que se repitam situações como as vividas nas recentes eleições na província de Tucumán, onde o candidato governista se impôs em meio a denúncias por fraude, queima de urnas e roubo de cédulas.

Macri, atual prefeito da capital argentina, pediu "atenção à fraude" e pediu aos fiscais de mesa do Mudemos que atuem como "ninjas da apuração".

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