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Candidata sul-coreana retoma lema do pai ditador

Na véspera da eleição, candidata favorita evocou o lema econômico do seu pai, que foi ditador do país numa fase de grande crescimento


	Candidata do partido conservador às eleições presidenciais na Coreia do Sul, Park Geun-Hye: candidata prometeu recriar o conceito de "Vamos viver bem"
 (Jung Yeon-Je/AFP)

Candidata do partido conservador às eleições presidenciais na Coreia do Sul, Park Geun-Hye: candidata prometeu recriar o conceito de "Vamos viver bem" (Jung Yeon-Je/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2012 às 11h34.

Seul - Na véspera de uma acirrada eleição presidencial na Coreia do Sul, a candidata favorita, Park Geun-hye, evocou o lema econômico do seu pai, que foi ditador do país numa fase de grande crescimento.

A candidata conservadora prometeu, em entrevista coletiva, recriar o conceito de "Vamos viver bem", revertendo a situação de um país que, segundo ela, sofre com o grande endividamento dos cidadãos, o custo elevado de criar os filhos e a pobreza entre os idosos.

Estatísticas mostram que as família sul-coreanas estão mais endividadas que as norte-americanas estavam no período que antecedeu à crise creditícia de 2008.

O governo de Park Chung-hee, pai da candidata, entre 1961 e 79, ajudou a transformar a atrasada Coreia do Sul, então devastada por uma guerra, em uma potência exportadora. Naquela época, uma canção baseada no lema "vamos viver bem" ecoava pelos alto-falantes no país todo, estimulando as pessoas a trabalharem por esse objetivo.

Anteriormente, a filha de Park buscava se distanciar do polêmico legado do ditador, que exerceu também uma forte repressão política em nome da segurança nacional, até ser assassinado em 1979.

A diferença entre a conservadora Park e seu desafiante de esquerda, Moon Jae-in, pode ser de apenas 0,5 ponto percentual, segundo algumas pesquisas.


"Vai depender da demografia do comparecimento eleitoral", disse Hong Hyung-sik, do instituto de pesquisas Hangil Research.

As pesquisas indicam que os eleitores mais velhos estão mais inclinados a irem votar e a escolherem Park. Moon depende do eleitorado mais jovem, menos confiável.

Park pode se tornar a primeira mulher a presidir a Coreia do Sul. Ela promete uma "democratização econômica", melhor regulamentação e mais gastos sociais, mas nos últimos dias se inclinou mais para a direita, adotando um tom conciliador com a iniciativa privada.

Em visita à bolsa de Seul nesta terça-feira, Park disse que a inovação e os investimentos em ciência e tecnologia serão cruciais para promover o crescimento e gerar empregos.

"Para ajudar o índice Kospi a chegar à marca dos 3.000 pontos, precisamos fazer a torta crescer e criar novos empregos, novos motores de crescimento e novos mercados", disse ela, prometendo alcançar essa meta ao longo de cinco anos de mandato.

O índice Kospi, referência da bolsa local, opera nos últimos 200 dias em uma média de 1.924,41 pontos.

Park também disse que deseja aumentar os gastos sociais, que atualmente representam 7,6 por cento do PIB sul-coreano - menos de metade da média dos países ricos, de 19 por cento. Ela não disse, no entanto, de quanto poderá ser esse aumento.

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