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Candidata de Trump para chefiar CIA ganha voto de comissão do Senado

A aprovação abre caminho para que Gina Haspel seja confirmada pelo plenário como nova diretora da instituição, o que deve ocorrer ainda nesta semana

Gina Haspel: ela supervisionou uma base secreta na Tailândia em 2002, onde suspeitos foram interrogados e torturados (/Aaron P. Bernstein/Reuters)

Gina Haspel: ela supervisionou uma base secreta na Tailândia em 2002, onde suspeitos foram interrogados e torturados (/Aaron P. Bernstein/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de maio de 2018 às 16h17.

Por AP

Washington - A candidata do presidente americano, Donald Trump, para dirigir a Agência Central de Inteligência (CIA), Gina Haspel, ganhou o apoio da comissão de inteligência do Senado dos Estados Unidos nesta quarta-feira, 16.

A aprovação abre caminho para que ela seja confirmada pelo plenário como nova diretora da instituição, o que deve ocorrer ainda nesta semana.

O resultado do painel foi de 10 - 5 a favor de aconselhar a Casa a confirmar Gina. Sua indicação ao cargo renovou o debate sobre o programa de interrogatórios que a CIA realizou com suspeitos de terrorismo após os ataques de 11 de setembro de 2001.

Ela supervisionou uma base secreta na Tailândia em 2002, onde suspeitos foram interrogados e torturados, mas disse ao Congresso que a agência não deveria ter utilizado tais táticas de interrogação e prometeu não retomá-las.

"Gina Haspel é a pessoa mais qualificada que o presidente pode escolher para liderar a CIA e a candidata mais preparada nos 70 anos de história da agência", disse o republicano Richard Burr, presidente da comissão.

"Ela tem atuado moral, ética e legalmente ao longo de uma distinta carreira de 30 anos e é a pessoa certa para guiar a agência por um futuro incerto e desafiador."

Já o senador democrata Ron Wyden se opôs e disse que sua nomeação por Trump é um dos "maiores abusos de poder em benefício próprio da história recente".

Ele afirmou que a agente, enquanto diretora interina da CIA, fez parte da tomada de decisões sobre quais partes de sua carreira seriam tiradas da confidencialidade. Wyden ressaltou que vai continuar em busca dos detalhes sobre os trabalhos passados de Gina na agência.

Agora, a atenção se volta para a votação no plenário, que ainda não foi agendada, mas pode acontecer antes do final desta semana.

Gina já tem o apoio de vários democratas e os únicos republicanos que não devem apoiá-la são Rand Paul, do Kentucky, e John McCain, do Arizona, que faz tratamento contra um câncer e provavelmente não participará da votação.

No entanto, os oponentes à nomeação continuam engajados no debate. "A senhora (Gina) Haspel está cinicamente tentando oferecer meras palavras numa tentativa de ganhar votos", disse o general Charles Krulak, ex-comandante do Corpo de Fuzileiros Navais.

"A definição de coragem moral é fazer a coisa certa no momento certo pelas razões certas quando ninguém está olhando. Gina Haspel falhou no teste." Krulak organizou uma carta assinada por mais de 100 generais aposentados e almirantes expressando preocupação com a indicação de Gina.

Daphne Eviatar, da Anistia Internacional, disse que a candidatura é uma "afronta aos direitos humanos". "Este país não responsabilizou nenhum funcionário pelo uso de tortura, então é ainda mais escandaloso que o governo esteja considerando alguém para a posição de chefe da inteligência, apesar de sua suposta participação nessa atividade claramente ilegal e imoral."

 

 

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