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Cameron e Clegg defendem coalizão em momento difícil

Os dois líderes defenderam suas políticas de austeridade e afirmaram que a coalizão é agora mais importante que nunca para enfrentar a crise econômica

O Partido Trabalhista de Ed Miliband foi o principal vencedor das eleições de 3 de maio ao somar mais de 800 vereadores (©AFP / Kerim Okten)
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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2012 às 17h54.

Londres - A necessidade de superar a crise foi o argumento utilizado nesta terça-feira pelo primeiro-ministro do Reino Unido , o conservador David Cameron, e o vice-primeiro-ministro, o liberal-democrata Nick Clegg, para justificar uma coalizão de Governo em seu pior momento.

Dois anos após formar um complicado Governo de coalizão, Cameron e Clegg encenaram nesta terça-feira em Chelmsford (sul da Inglaterra) a renovação de um projeto político muito debilitado pelos maus resultados de conservadores e liberal-democratas nas eleições municipais do dia 3.

Os dois líderes defenderam suas políticas de austeridade e afirmaram que a coalizão é agora mais importante que nunca para enfrentar a crise econômica.

Se há dois anos Cameron e Clegg elegeram o jardim das rosas de Downing Street para apresentar seu projeto, um experimento na política britânica, nesta terça-feira o cenário eleito foi muito diferente: uma fábrica de tratores do sul da Inglaterra.

"Acredito na necessidade da coalizão, em dois partidos trabalhando juntos para resolver os problemas de nosso país", disse Cameron, que vestia uma gravata azul, a cor de sua formação política, enquanto a de Clegg era amarela, o tom que representa os liberal-democratas.

O primeiro-ministro reconheceu que se tratam de dois partidos diferentes que nem sempre estão de acordo, mas afirmou que colocaram essas diferenças de lado "pelo bem da economia".

"O Governo fez muitas coisas nos últimos dois anos que era necessário fazer. Reduzimos o déficit, e tomamos decisões difíceis em relação ao gasto público e ao aumento de impostos, porque herdamos uma situação na qual nosso endividamento era maior que o da Grécia", disse o líder conservador.

Cameron reconheceu que ele gostaria de governar sozinho, - "assim como Nick Clegg" - mas lembrou que foram os eleitores que pediram para que trabalhassem juntos.


Por sua parte, o líder liberal-democrata pediu que as pessoas lhes julguem por suas ações, "não por nossas palavras e menos ainda pelo que os jornalistas dizem de nós".

Além disso, Clegg afirmou estar "profundamente orgulhoso" de ter conseguido que o Governo implemente políticas que seu partido sempre defendeu, como auxílios a crianças de famílias mais necessitadas ou a isenção fiscal para as rendas mais baixas.

Com este ato, os líderes tentaram diminuir as críticas geradas pelo duro golpe que seus dois partidos receberam nas eleições municipais realizadas na Inglaterra, Escócia e Gales na semana passada.

O Partido Trabalhista de Ed Miliband foi o principal vencedor das eleições de 3 de maio ao somar mais de 800 vereadores novos após as perdas dos dois partidos atualmente no Governo.

Se repetidos nas eleições legislativas, previstas para 2015, estes resultados dariam aos trabalhistas 38% de apoio, contra 31% que receberiam os "tories" de Cameron e apenas 16% para os liberal-democratas de Clegg.

Estes pobres resultados dispararam o mal-estar dos setores críticos dos dois partidos que começaram a culpar a coalizão pela perda de votos, o que poderia pôr em perigo sua continuidade.

Figuras relevantes dos conservadores reprovam o direcionamento de Cameron ao centro para satisfazer seus parceiros de Governo e indicaram como exemplo a proposta de aprovar o casamento gay ou realizar uma reforma na Câmara dos Lordes.

Nas filas do partido de Nick Glegg, a fidelidade aos "tories" representou 50% de seus eleitores, muitos deles de centro-esquerda, que tinham evaporado nos dois últimos anos.

Alguns analistas afirmam que o mal-estar entre os liberal-democratas poderia inclusive representar que esta formação fosse obrigada a abandonar a coalizão antes das eleições gerais de 2015 com o objetivo de evitar resultados ainda piores.

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Londres - A necessidade de superar a crise foi o argumento utilizado nesta terça-feira pelo primeiro-ministro do Reino Unido , o conservador David Cameron, e o vice-primeiro-ministro, o liberal-democrata Nick Clegg, para justificar uma coalizão de Governo em seu pior momento.

Dois anos após formar um complicado Governo de coalizão, Cameron e Clegg encenaram nesta terça-feira em Chelmsford (sul da Inglaterra) a renovação de um projeto político muito debilitado pelos maus resultados de conservadores e liberal-democratas nas eleições municipais do dia 3.

Os dois líderes defenderam suas políticas de austeridade e afirmaram que a coalizão é agora mais importante que nunca para enfrentar a crise econômica.

Se há dois anos Cameron e Clegg elegeram o jardim das rosas de Downing Street para apresentar seu projeto, um experimento na política britânica, nesta terça-feira o cenário eleito foi muito diferente: uma fábrica de tratores do sul da Inglaterra.

"Acredito na necessidade da coalizão, em dois partidos trabalhando juntos para resolver os problemas de nosso país", disse Cameron, que vestia uma gravata azul, a cor de sua formação política, enquanto a de Clegg era amarela, o tom que representa os liberal-democratas.

O primeiro-ministro reconheceu que se tratam de dois partidos diferentes que nem sempre estão de acordo, mas afirmou que colocaram essas diferenças de lado "pelo bem da economia".

"O Governo fez muitas coisas nos últimos dois anos que era necessário fazer. Reduzimos o déficit, e tomamos decisões difíceis em relação ao gasto público e ao aumento de impostos, porque herdamos uma situação na qual nosso endividamento era maior que o da Grécia", disse o líder conservador.

Cameron reconheceu que ele gostaria de governar sozinho, - "assim como Nick Clegg" - mas lembrou que foram os eleitores que pediram para que trabalhassem juntos.


Por sua parte, o líder liberal-democrata pediu que as pessoas lhes julguem por suas ações, "não por nossas palavras e menos ainda pelo que os jornalistas dizem de nós".

Além disso, Clegg afirmou estar "profundamente orgulhoso" de ter conseguido que o Governo implemente políticas que seu partido sempre defendeu, como auxílios a crianças de famílias mais necessitadas ou a isenção fiscal para as rendas mais baixas.

Com este ato, os líderes tentaram diminuir as críticas geradas pelo duro golpe que seus dois partidos receberam nas eleições municipais realizadas na Inglaterra, Escócia e Gales na semana passada.

O Partido Trabalhista de Ed Miliband foi o principal vencedor das eleições de 3 de maio ao somar mais de 800 vereadores novos após as perdas dos dois partidos atualmente no Governo.

Se repetidos nas eleições legislativas, previstas para 2015, estes resultados dariam aos trabalhistas 38% de apoio, contra 31% que receberiam os "tories" de Cameron e apenas 16% para os liberal-democratas de Clegg.

Estes pobres resultados dispararam o mal-estar dos setores críticos dos dois partidos que começaram a culpar a coalizão pela perda de votos, o que poderia pôr em perigo sua continuidade.

Figuras relevantes dos conservadores reprovam o direcionamento de Cameron ao centro para satisfazer seus parceiros de Governo e indicaram como exemplo a proposta de aprovar o casamento gay ou realizar uma reforma na Câmara dos Lordes.

Nas filas do partido de Nick Glegg, a fidelidade aos "tories" representou 50% de seus eleitores, muitos deles de centro-esquerda, que tinham evaporado nos dois últimos anos.

Alguns analistas afirmam que o mal-estar entre os liberal-democratas poderia inclusive representar que esta formação fosse obrigada a abandonar a coalizão antes das eleições gerais de 2015 com o objetivo de evitar resultados ainda piores.

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