Palestinos recebem ajuda da UNRWA: a UNRWA sofre nos últimos anos uma difícil situação econômica, causada principalmente pelo descumprimento de promessas de ajuda (Abid Katib/ Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2012 às 14h36.
Jerusalém - O responsável da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês), Filippo Grandi, visitará o Brasil, seu maior doador na América Latina, na próxima, informou o organismo nesta quinta-feira.
Grandi chegará segunda-feira e se reunirá em Brasília com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, detalhou a UNRWA em comunicado.
Também visitará Porto Alegre, onde se reunirá com membros da diáspora palestina da cidade, e ao Rio de Janeiro e São Paulo, onde manterá encontros com representantes dos setores público e privado.
Trata-se da primeira visita oficial de um responsável da UNRWA ao país, que aumentou sua ajuda anual à agência de US$ 1 milhão até 2011 para os atuais US$ 7,5 milhões.
O Brasil é também o maior doador à UNRWA do bloco dos principais países emergentes, os Brics, que inclui também Rússia, Índia, China e África do Sul.
"Espero a oportunidade de agradecer ao governo e ao povo brasileiro, que foram tão generosos em sua assistência à UNRWA e aos cerca de cinco milhões de refugiados palestinos que ajudamos no Oriente Médio", declarou.
A UNRWA sofre nos últimos anos uma difícil situação econômica, causada principalmente pelo descumprimento de promessas de ajuda e do cansaço dos doadores perante um problema aparentemente sem solução.
A agência foi criada em 1949 para auxiliar os 750 mil palestinos que fugiram ou foram expulsos de suas terras pelas milícias judias ou posteriormente pelo Exército israelense entre 1947 e 1949.
Hoje, Jordânia, Síria e Líbano recebem o grosso dos refugiados e seus descendentes (cerca 2,8 milhões), enquanto Gaza e Cisjordânia são lar de outros 1,8 milhões, segundo seus dados.
A agência administra cerca de 700 escolas com 20 mil professores que ensinam meio milhão de crianças palestinas. Também conta com 150 centros médicos, nos quais atende cerca de 250 mil refugiados pobres e em situação de vulnerabilidade, e um programa de microcrédito.