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Brasil não deve desperdiçar seus recursos naturais, diz Young

Para o empresário Ricardo Young, País precisa controlar e planejar o uso de seus recursos ambientais para entrar na economia de baixo carbono

Ricardo Young no EXAME Fórum Sustentabilidade 2010 (Alexandre Battibugli/EXAME)

Ricardo Young no EXAME Fórum Sustentabilidade 2010 (Alexandre Battibugli/EXAME)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 10 de novembro de 2010 às 10h26.

São Paulo - O principal desafio do mundo hoje é conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental. Para tanto, a chamada Economia Verde, ou de baixo carbono, é considerada por muitos como o único caminho possível de crescer e elevar a qualidade de vida da população, sem exaurir os recursos naturais do planeta.

Ricardo Young, empresário e ex-candidato ao senado de SP pelo PV, é um dos que compartilham dessa visão. Nesta quarta-feira (10), o conselheiro do Instituto Ethos participou do EXAME Fórum Sustentabilidade 2010, realizado em São Paulo.

Segundo Young, o Brasil tem uma condição singular para protagonizar as mudanças rumo à uma nova economia de baixo carbono. Mas, para isso, precisará superar obstáculos. O principal deles é desenvolver uma gestão controlada de seus recursos naturais. "Não é porque somos abençoados por uma riqueza natural de biodiversidade vasta que podemos usar e abusar de maneira ilimitada", afirmou. "Temos que desenvolver uma agenda sustentável sólida".

No caminho que leva à Economia Verde, o desenvolvimento de conhecimentos técnicos verdes e inovadores, além de imprescindível, pode funcionar como atalho. "Se tem hoje alguma coisa com que o ser humano deve contar para superar as ineficiências da tradicional indústria de bens de serviço e de produção e do mercado consumidor clássico são as inovações tecnológicas". O empresário afirma que, apesar de sua capacidade de geração de empregos e renda, o atual modelo de produção e consumo de bens e serviços é insustentável. Instalações e novos processos de logística de baixo impacto ambiental são necessários.

Os mercados capitais têm mudado radicalmente, afirmou Young, com vistas a assegurar negócios transparentes, éticos e com responsabilidade sócio-ambiental. "Se as empresas cometeram um deslize no século XX foi o de achar que a sua relação com o mundo resumia-se a uma interação com o mercado, apenas", disse. Hoje, os empresários precisam trabalhar com os múltiplos conhecimentos que a pauta ambiental oferece e precisam criar novas instalações e processos de logística de baixo impacto ambiental.

"Ao mesmo tempo em que somos a 8ª economia do mundo, deixamos muito a desejar em IDH e até mesmo em nível de corrupção. Não basta mais ter um PIB alto e integrar a lista de maiores economias mundo. Agora é preciso buscar a sustentabilidade social e ambiental nos negócios", concluiu.

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