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Blue Origin dá passo ousado com New Glenn, mas enfrenta desafio com falha no pouso

Empresa alcança órbita pela primeira vez, marcando passo importante na disputa com a SpaceX.

O foguete New Glenn decola de Cabo Canaveral, marcando a entrada da Blue Origin no mercado de lançamentos orbitais. (Gregg Newton/AFP)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 07h19.

Última atualização em 16 de janeiro de 2025 às 07h24.

O foguete New Glenn, da Blue Origin, foi lançado com sucesso nesta quinta-feira, 16, às 2h03 no horário local (4h03 de Brasília), de Cabo Canaveral, Flórida, e alcançou a órbita terrestre.O objetivo principal da missão foi atingido: colocar o satélite de teste Blue Ring Pathfinder em órbita. No entanto, o pouso do propulsor em uma barca no Oceano Atlântico falhou, comprometendo a reutilização planejada.A informação foi divulgada pela Bloomberg.

Apesar do revés no pouso, o lançamento marca um momento crucial para a Blue Origin, que busca expandir sua presença no mercado de lançamentos espaciais, atualmente dominado pela SpaceX. Jeff Bezos, fundador da Blue Origin, esteve na sala de controle da missão para acompanhar o feito histórico e celebrou o avanço da empresa.

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Com 98 metros de altura, o New Glenn é peça-chave nos planos da Blue Origin para atender contratos avaliados em US$ 10 bilhões (cerca de R$ 61 bilhões), envolvendo clientes como NASA, Departamento de Defesa dos EUA e empresas comerciais.O foguete também desempenhará um papel central no programa Artemis, que busca levar humanos de volta à Lua.

Esse avanço representa uma mudança de paradigma para a empresa, que até então focava em voos suborbitais com turistas espaciais. Agora, a Blue Origin se posiciona como uma forte candidata no setor orbital, um espaço amplamente explorado pela SpaceX com seus foguetes Falcon 9.

Enquanto a SpaceX já avança com seu projeto Starship, considerado o mais poderoso do mundo, a Blue Origin aposta no New Glenn como sua resposta para atender cargas maiores e atingir órbitas mais altas, características que podem ser diferenciais importantes.

A Blue Origin planeja realizar entre seis e oito lançamentos do New Glenn em 2025, com o próximo voo previsto para a primavera nos Estados Unidos. Esses lançamentos serão essenciais para que o foguete obtenha certificação do Departamento de Defesa dos EUA, viabilizando sua entrada no mercado de lançamentos de satélites de segurança nacional.

Embora os valores exatos dos lançamentos não tenham sido divulgados, analistas destacam que a empresa está ajustando seus preços para competir diretamente com a SpaceX. A capacidade do New Glenn de transportar cargas mais pesadas e alcançar órbitas mais elevadas é vista como um trunfo importante.

Desde que foi anunciado oficialmente, em 2016, o desenvolvimento do New Glenn enfrentou uma série de atrasos, incluindo dificuldades na fabricação dos motores BE-4.No entanto, a abordagem conservadora da empresa, que prioriza a minimização de falhas, permitiu o sucesso do lançamento orbital.

Agora, o desafio da Blue Origin será cumprir seus compromissos comerciais e consolidar sua presença no mercado de lançamentos espaciais. Com o aumento na demanda global por serviços espaciais, especialistas acreditam que a empresa pode conquistar espaço, mesmo diante da forte concorrência da SpaceX e outros players emergentes no setor.

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