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Biden tem data decisiva para manter candidatura ou desistir; veja programa

Presidente viu crescer pressão por desistência após desempenho ruim em debate contra Donald Trump

Joe Biden, presidente dos EUA, durante debate na CNN (Justin Sullivan/AFP)

Joe Biden, presidente dos EUA, durante debate na CNN (Justin Sullivan/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 28 de junho de 2024 às 14h43.

Última atualização em 28 de junho de 2024 às 14h45.

O presidente dos EUA, Joe Biden, teve um desempenho ruim no debate contra Donald Trump, o que aumentou rumores de que poderá desistir da disputa pela reeleição.

No entanto, desistir da disputa a esta altura geraria um cenário incerto, e quanto mais uma eventual saída for postergada, mais complexa fica a situação.

"Honestamente, nem os democratas sabem como responder esta pergunta com plenitude. Já fiz essa pergunta para várias pessoas, e a resposta mais consistente que recebi foi que o ideal seria que Biden desistisse até 7 de agosto, quando são disponibilizados os nomes de candidatos a presidente e vice para os delegados, antes da convenção. Assim, se ele desistir antes disso, haveria tempo para apresentar mais nomes para a escolha dos delegados", disse Mauricio Moura, professor da Universidade George Washington, no programa O Caminho para a Casa Branca. Assista à integra abaixo.

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As candidaturas serão confirmadas na Convenção Nacional Democrata, marcada para os dias 19 a 22 de agosto. Ali será confirmada a chapa do partido, com os nomes dos candidatos a presidente e vice. Uma mudança depois desta etapa traria ainda mais incerteza, pois parte das cédulas já estariam sendo impressas.

Biden já conquistou delegados suficientes nas primárias para assegurar a candidatura pelo partido. Ele, no entanto, poderia renunciar à disputa e liberar esses delegados (representantes do partido) para votar em outro nome.

Moura considera que a decisão de sair da disputa só poderá ser tomada pelo próprio Biden, e que é difícil para um presidente desistir. "Imagine um politico sentado na cadeira mais poderosa do planeta chegar à conclusão de que não é mais o momento dele. É uma coisa bem complicada. Ele domina o partido, o calendário do partido, o orçamento, e teve os votos das primárias. Não é trivial desistir."

Surge aí outra questão: na campanha deste ano, nenhum grande nome democrata se colocou na disputa das primárias nem está se colocando como opção clara para substituir Biden. Apesar disso, alguns nomes despontam como prováveis postulantes.

"O nome que mais ganhou força nos últmos meses foi o de Gavin Newson, governador da Califórnia. Ele melhorou sua popularidade no estado, passou por um recall e está viajando o país. A agenda dele não é de governador, mas quase de presidente. E o mais importante: ele consegue aglutinar doadores democratas", diz Moura.

Outro nome que ganha força é o de Gretchen Whitmer, governadora de Michigan desde 2019. "Ela é justamente o perfil que os democratas precisam para ganhar no meio-oeste, em estados decisivos, como a Pensilvânia", avalia Moura.

Além deles, Josh Shapiro, governador da Pensilvânia, é cotado por ter conseguido vencer a eleição local mesmo nas regiões de maioria republicana no Estado.

"Uma saída de Biden faria a eleição ser sobre Trump, algo como 'você quer um condenado na Presidência ou não?'. Se não for uma figura muito à esquerda, a disputa para os democratas passaria a ser muito mais fácil do ponto de vista de estratégia eleitoral", conclui Moura.

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