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Biden diz a Trump que os migrantes são o "sangue" dos Estados Unidos

"Temos que começar por nos opor a qualquer violência", completou o presidente durante discurso na quinta-feira, 19

WASHINGTON, DC - JUNE 27: Republican presidential candidate, former President Donald Trump (L) looks at U.S. President Joe Biden during the CNN Presidential Debate at the CNN Studios on June 27, 2024 in Atlanta, Georgia. The debate is the first of two scheduled between the two candidates before the November election. Andrew Harnik/Getty Images/AFP (Photo by Andrew Harnik / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP) (AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 20 de setembro de 2024 às 08h15.

Última atualização em 20 de setembro de 2024 às 08h18.

Se Donald Trump quer "baixar a temperatura política, deve parar de dizer que os migrantes estão envenenando o sangue dos Estados Unidos, eles são o sangue dos Estados Unidos", e deve assumir o compromisso de "aceitar os resultados" das eleições, afirmou o presidente Joe Biden na quinta-feira, 19.

"Nossa política ficou muito quente" e "todos temos a responsabilidade de baixar a temperatura", disse o presidente dos Estados Unidos em um discurso veemente durante a cerimônia anual do 'Congressional Hispanic Caucus Institute' (CHCI), em Washington.

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"Temos que começar por nos opor a qualquer violência, a cometida contra o ex-presidente Trump na Pensilvânia e na Florida ", afirmou, em referência às duas tentativas de assassinato contra o republicano no período de dois meses.

Mas também contra "o ataque mais letal contra os latinos na história moderna", que matou 19 crianças e dois professores em maio de 2022 no Texas.

"Morrem mais crianças nos Estados Unidos por ferimentos de bala do que por qualquer outro motivo (...) é pura covardia não fazer nada", disse.

O líder democrata aproveitou a cerimônia que celebrava a contribuição da comunidade latina nos Estados Unidos para intensificar as críticas aTrump, que disputará as eleições de 5 de novembro contra Kamala Harris.

"Comecemos por denunciar a violência de 6 de janeiro de 2021", quando simpatizantes de Trump atacaram o Congresso, e "parar de afirmar que vão perdoar os insurgentes", disse.

O presidente de 81 anos fez um apelo a Trump, 78, para que admita a derrota nas eleições de 2020 e "comprometa-se a aceitar os resultados" das próximas eleições.

O republicano resiste a aceitar incondicionalmente os resultados e previu, há alguns meses, um "banho de sangue" em caso de derrota.

Nação de imigrantes

Biden ressaltou que os Estados Unidos são "uma nação de imigrantes", onde 25% dos estudantes do Ensino Médio são latinos.

Trump deve "começar a compreender que nossa nação se enriquece, protege e fortalece graças aos migrantes", disse, antes de criticar a retórica anti-imigração do republicano.

"Se você quer baixar a temperatura, deve parar de dizer que os migrantes estão envenenando o sangue dos Estados Unidos. Eles são o sangue dos Estados Unidos! Eles são o sangue dos Estados Unidos", enfatizou.

"Pare de chamar os migrantes de animais,, estupradores e assassinos", insistiu, e de "espalhar mentiras e demonizar" as comunidades haitianas de Ohio.

Há vários dias circulam boatos que alegam que imigrantes haitianos de uma cidade do estado do meio-oeste dos Estados Unidos roubam animais de estimação para comê-los.

Trump repetiu o boato, que provocou dezenas de alertas de bomba e o fechamento temporário de escolas.

"Uma das razões pelas quais a nossa economia é a mais forte do mundo é porque rejeitamos a xenofobia do meu antecessor e de líderes como ele em todo o mundo", disse Biden.

Passo à frente

Paralelamente, Kamala Harris, 59 anos, participou de um comício repleto de estrelas na quinta-feira, organizado pela apresentadora Oprah Winfrey.

Estrelas de Hollywood, como a cantora Jennifer Lopez, as atrizes Meryl Streep e Julia Roberts e os atores Chris Rock e Ben Stiller, participaram por telão e elogiaram a vice-presidente no evento "Unite for America".

Oprah perguntou sobre o aparente aumento de confiança de Kamala desde que Biden passou o bastão da candidatura.

"Cada um de nós tem momentos na vida em que deve dar um passo à frente", respondeu a democrata em Michigan, um dos sete estados cruciais que decidirão uma eleição muito acirrada.

Kamala abordou temas cruciais da campanha, como o aborto, a economia e a imigração, ao responder às perguntas benevolentes da apresentadora.

A democrata pediu a união dos americanos contra as "forças poderosas que tentarão nos dividir", representadas por Trump.

Cabeça examinada

Uma pesquisa New York Times/Siena aponta uma leve vantagem de Kamala na Pensilvânia, talvez o mais importante dos estados-pêndulo, contra Trump, mas empatada com o republicano a nível nacional.

A alegria de Kamala contrastou com o tom sombrio de Trump durante um evento contra o antissemitismo na capital, Washington.

O republicano passou grande parte do tempo reclamando que os judeus geralmente votam nos democratas.

"Se eu não ganhar esta eleição (...) na minha opinião, os judeus terão muito a ver com uma derrota", disse Trump, que acusou Kamala Harris de não apoiar Israel após os ataques cometidos pelos combatentes do Hamas em 7 de outubro.
Segundo o republicano, "qualquer judeu que vota nela (...) deveria ter a cabeça examinada".

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