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Biden detalha pacote trilionário e anuncia imposto para os mais ricos

Em balanço dos 100 dias de governo, Biden destacou a criação de empregos e a recuperação econômica dos Estados Unidos

 (Melina Mara/Bloomberg via/Getty Images)

(Melina Mara/Bloomberg via/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de abril de 2021 às 08h12.

Última atualização em 29 de abril de 2021 às 16h52.

O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou em seu primeiro pronunciamento no Congresso em Washington que nos primeiros 100 dias de sua administração foram enviados 160 milhões de cheques para ajudar os americanos durante a crise provocada pela pandemia do coronavírus. "Com este programa, estamos a caminho de cortar pela metade a pobreza de crianças no país."

Biden destacou que nos primeiros 100 dias de seu governo foram criados 1,3 milhão de postos de trabalho, um recorde na história americana. "O FMI diz que os EUA devem crescer 6% neste ano, a maior taxa em quatro décadas. Temos que mover mais, competir e construir melhor novamente."

O líder da Casa Branca ainda disse que o país precisa investir muito mais em projetos de infraestrutura, inclusive porque há áreas muito atrasadas, pois há 10 milhões de casas e 400 mil escolas no país onde as instalações hidráulicas têm canos de chumbo. "Precisamos preparar os EUA para o século 21 com milhões de empregos em infraestrutura. Precisamos tomar conta das crianças e inclusive com criação de empregos para quem cuida de pessoas. Precisamos criar nos EUA empregos, empregos e empregos."

Biden afirmou que o seu governo poderá, com o apoio do Congresso conceder ajuda com crédito tributário a muitas famílias do país em uma medida que contemplaria até 65 milhões de crianças.

O mandatário destacou que seu plano de investimentos em infraestrutura, avaliado em US$ 2,25 trilhões, prevê a construção de 500 mil estações para carregar carros elétricos pelo território americano. "Não há razões para os EUA não liderarem o mundo na produção de baterias de carros elétricos", afirmou.

Segundo o presidente dos EUA, o programa vai estimular a criação de milhões de empregos com a produção de mercadorias no país, obedecendo ao princípio "Buy American" e respeitando as regras de comércio internacional.

"A classe média construiu este país e os sindicatos construíram a classe média. Congresso, vamos elevar o salário mínimo para US$ 15 por hora", destacou Biden.

O presidente americano destacou que nos próximos dez anos ocorrerão mais mudanças tecnológicas no mundo do que o registrado nas últimas cinco décadas. "Temos que desenvolver as tecnologias do futuro, como biotecnologia e chips de computador" disse. "Para vencer a competição no mundo temos que fazer mais para as famílias americanas. Por isso, apresento plano para as famílias nos EUA, inclusive para reforçar a educação. Vamos prover programa de qualidade de planos de cuidados de crianças."

Imposto

O presidente dos Estados Unidos disse que vai elevar impostos para quem apura mais de US$ 1 milhão de ganhos de capital por ano. "Não vamos punir ninguém, mas não vou elevar o peso de tributos sobre a classe média", destacou, no discurso no Congresso. "O corte de impostos de 2017 elevou o déficit público em US$ 2 trilhões e colocou bilhões no bolso de CEOs", afirmou o líder americano. "Com a pandemia, a desigualdade social piorou. Foram cortados 20 milhões de empregos, enquanto 650 bilionários elevaram suas rendas em total de US$ 1 trilhão."

Biden ainda ressaltou que não vai impor alta de impostos para quem ganha menos do que US$ 400 mil por ano nos EUA. "Mas precisamos elevar tributos para empresas, para dar sua contribuição justa", disse. "Cinquenta e cinco grandes corporações que ganharam US$ 40 bilhões de lucros no ano passado não pagaram impostos", afirmou.

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