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BCE pressiona Itália em meio a incertezas sobre dívida

Órgão pediu que o governo de Silvio Berlusconi cumpra o pacote de austeridade e controle o déficit

Berlusconi sofre pressão para controlar a dívida italiana (Vincenzo Pinto/AFP)
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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2011 às 15h26.

Roma - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, pediu ao governo da Itália que cumpra seu prometido pacote de austeridade, aumentando a pressão internacional sobre o enfraquecido primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

O apoio do BCE é essencial porque a autoridade monetária tem comprado bônus italianos nos mercados para manter os juros baixos o suficiente para Roma continuar tomando empréstimos sem precisar recorrer a linhas de crédito emergenciais da União Europeia ou do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Trichet disse que as medidas anunciadas em 5 de agosto, quando Berlusconi prometeu equilibrar o Orçamento até 2013, são "extremamente importantes".

"É, portanto, essencial que os objetivos anunciados para a melhora das finanças públicas sejam completamente confirmados e implementados", disse Trichet em entrevista ao jornal financeiro italiano Il Sole 24 Ore.

Os comentários de Trichet salientam a crescente preocupação com o lento progresso da Itália na questão fiscal.

"Os mercados financeiros e os investidores domésticos e internacionais estão preocupados com a credibilidade da política econômica (da Itália)", disse Nouriel Roubini, um dos economistas que previram a crise financeira global.

"Há o medo de que a liderança do país esteja abalada", afirmou em conferência na cidade italiana de Cernobbio.

Imerso em profundas divisões pessoais e políticas, o governo tem tido dificuldades para sustentar o plano de austeridade apresentado no início de agosto, propondo e rapidamente abandonando medidas como impostos mais altos para pessoas de alta renda e mudanças na Previdência.

Ministros têm insistido que o compromisso fiscal será respeitado, mas críticos --incluindo o sindicato CGIL e a associação Cofindustria-- reprovam a indecisão do governo. A federação dos empresários do país descreveu as medidas na quinta-feira como "fracas e inadequadas".

Berlusconi, já envolvido em uma série de escândalos, foi atingido por novas revelações na quinta-feira em um caso de extorsão. Seu isolamento foi ressaltado por comentários gravados pela polícia em julho, nos quais ele fala em deixar "esse país de m..." em poucos meses.

As dúvidas do mercado a respeito da Itália e sua dívida de 1,9 trilhão de euros estão refletidas nos juros dos títulos de 10 anos do país, que têm subido constantemente após terem caído, no mês passado, quando o BCE interveio no mercado.

Os juros dos bônus, que haviam recuado dos recordes de mais de 6 por cento em agosto, voltaram a subir para 5,24 por cento. Economistas consideram que juros de cerca de 7 por cento são insustentáveis para a dívida pública.

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Roma - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, pediu ao governo da Itália que cumpra seu prometido pacote de austeridade, aumentando a pressão internacional sobre o enfraquecido primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

O apoio do BCE é essencial porque a autoridade monetária tem comprado bônus italianos nos mercados para manter os juros baixos o suficiente para Roma continuar tomando empréstimos sem precisar recorrer a linhas de crédito emergenciais da União Europeia ou do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Trichet disse que as medidas anunciadas em 5 de agosto, quando Berlusconi prometeu equilibrar o Orçamento até 2013, são "extremamente importantes".

"É, portanto, essencial que os objetivos anunciados para a melhora das finanças públicas sejam completamente confirmados e implementados", disse Trichet em entrevista ao jornal financeiro italiano Il Sole 24 Ore.

Os comentários de Trichet salientam a crescente preocupação com o lento progresso da Itália na questão fiscal.

"Os mercados financeiros e os investidores domésticos e internacionais estão preocupados com a credibilidade da política econômica (da Itália)", disse Nouriel Roubini, um dos economistas que previram a crise financeira global.

"Há o medo de que a liderança do país esteja abalada", afirmou em conferência na cidade italiana de Cernobbio.

Imerso em profundas divisões pessoais e políticas, o governo tem tido dificuldades para sustentar o plano de austeridade apresentado no início de agosto, propondo e rapidamente abandonando medidas como impostos mais altos para pessoas de alta renda e mudanças na Previdência.

Ministros têm insistido que o compromisso fiscal será respeitado, mas críticos --incluindo o sindicato CGIL e a associação Cofindustria-- reprovam a indecisão do governo. A federação dos empresários do país descreveu as medidas na quinta-feira como "fracas e inadequadas".

Berlusconi, já envolvido em uma série de escândalos, foi atingido por novas revelações na quinta-feira em um caso de extorsão. Seu isolamento foi ressaltado por comentários gravados pela polícia em julho, nos quais ele fala em deixar "esse país de m..." em poucos meses.

As dúvidas do mercado a respeito da Itália e sua dívida de 1,9 trilhão de euros estão refletidas nos juros dos títulos de 10 anos do país, que têm subido constantemente após terem caído, no mês passado, quando o BCE interveio no mercado.

Os juros dos bônus, que haviam recuado dos recordes de mais de 6 por cento em agosto, voltaram a subir para 5,24 por cento. Economistas consideram que juros de cerca de 7 por cento são insustentáveis para a dívida pública.

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