Steve Bannon: "Estamos derrubando o regime de Biden", disse Bannon, vestindo três camisas pretas e um casaco verde. "Quero que vocês fiquem focados ... Isso é tudo barulho." (Alessandro Bianchi/Reuters)
Reuters
Publicado em 15 de novembro de 2021 às 13h48.
Última atualização em 15 de novembro de 2021 às 13h49.
Steve Bannon, conselheiro de longa data do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, entregou-se ao FBI nesta segunda-feira para enfrentar as primeiras acusações criminais por envolvimento na organização do ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro, e por se recusar a colaborar com a investigação sobre o caso.
Falando a seus apoiadores, Bannon olhou diretamente para a câmera que estava transmitindo ao vivo no site de mídia social de extrema-direita GETTR, criada por ex-assessores de Trump, e os incentivou a manter o foco.
"Estamos derrubando o regime de Biden", disse Bannon, vestindo três camisas pretas e um casaco verde. "Quero que vocês fiquem focados ... Isso é tudo barulho."
Na sexta-feira, um grande júri federal indiciou Bannon por desacato ao Congresso por se recusar a comparecer para um depoimento e por se recusar a apresentar documentos. A desobediência ao Congresso é uma contravenção penal com pena de até um ano de prisão e multa máxima de 1.000 dólares, disse o Departamento de Justiça norte-americano.
Bannon, 67 anos, deve fazer sua primeira aparição no tribunal federal na segunda-feira.
O ex-assessor de Trump, que é próximo do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, é uma das mais de 30 pessoas próximas ao ex-presidente republicano que foram convocadas pelo Comitê Selecionado da Câmara dos Representantes dos EUA para testemunhar sobre o que aconteceu no 6 de janeiro, quando milhares de pessoas invadiram o edifício do Capitólio em uma tentativa de impedir a certificação formal do Congresso da eleição de Joe Biden.
Os investigadores da Câmara esperam que a ação contra Bannon motive outras testemunhas, como o ex-chefe de gabinete Mark Meadows, a depor. Bannon se recusou, citando a insistência de Trump - já rejeitada por um juiz - de que ele tem o direito de manter confidencial o material solicitado sob uma doutrina legal chamada executive privilege .
O deputado americano Adam Schiff, presidente democrata do Comitê de Inteligência da Câmara e membro do painel de 6 de janeiro, disse acreditar que a prisão levaria outros a abandonar a decisão de desafiar as ordens do Congresso.
"Isso terá um efeito de foco muito forte na tomada de decisões", disse Schiff ao programa "Meet the Press" da NBC, no domingo.