Tanque israelense nas Colinas de Golã, na divisa de Israel com a Síria (Jalaa Marey/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2014 às 07h06.
Jerusalém - A aviação de Israel atacou neste domingo posições do Exército sírio nas colinas de Golã, após um disparo de artilharia que matou um jovem árabe israelense, confirmaram os militares.
A força aérea "atacou nove posições do Exército sírio em resposta ao ataque procedente da Síria que matou um adolescente e feriu outros dois civis israelenses", informou um comunicado militar.
"Os alvos incluíam um QG militar e rampas de lançamento" do Exército sírio, e "foram atingidos", destacou o comunicado.
O site israelense Ynet já havia noticiado um ataque da força aérea "contra posições do Exército sírio em Golã". "Residentes do norte de Israel ouviram explosões do lado sírio da fronteira".
Um adolescente árabe israelense de 13 anos morreu no domingo em Golã, no incidente mais grave na zona ocupada por Israel desde o início da guerra civil na Síria, em 2011.
Segundo o Exército, o jovem foi morto em um "ataque intencional" das forças sírias contra um veículo civil, que feriu o pai do adolescente e outro homem.
Fontes militares indicaram que o veículo atingido pertencia ao ministério da Defesa e estava envolvido na construção do muro que Israel ergue em Golã.
O ataque ocorreu ao sul da passagem de Quneitra, no centro das colinas de Golã.
"Trata-se do incidente mais sério na fronteira com a Síria desde o início da guerra civil" no país, declarou o porta-voz do Exército hebreu, Peter Lerner, confirmando a morte do primeiro israelense.
"O ataque deste domingo foi um ato de agressão deliberada contra Israel. O Exército israelense não tolerará qualquer tentativa de violação da soberania de Israel e agirá para proteger a população civil".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, denunciou o ataque afirmando que "os inimigos de Israel não recuam diante de nada, não hesitam em atacar civis ou crianças, como ocorreu esta manhã".
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou combates entre o Exército sírio e os rebeldes na mesma região, com as forças do regime de Bashar al Assad bombardeando localidades do sul da província de Quneitra.
Em março passado, a aviação israelense bombardeou posições do Exército sírio após a explosão de uma bomba que feriu quatro soldados de Israel em Golã.
Israel está oficialmente em estado de guerra com a Síria desde 1967 e ocupa 1.200 km2 do antigo território sírio nas colinas de Golã que anexou, algo não reconhecido pela comunidade internacional. A Síria ainda controla 510 km2 das colinas.