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Autoridades procuram mais de 100 desaparecidos em incêndios da Califórnia

Gigantesco incêndio que começou na quinta-feira passada já deixou um total de 23 mortos

Incêndio na Califórnia: autoridades e serviços de emergências continuam a busca por mais de cem pessoas (Eric Thayer/Reuters)
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EFE

Publicado em 12 de novembro de 2018 às 09h09.

San Francisco - As autoridades e serviços de emergências continuam a busca por mais de cem pessoas que continuam desaparecidas na região afetada pelo gigantesco incêndio que começou na quinta-feira passada no norte da Califórnia e que junto com outro foco no sul do estado já deixaram um total de 23 mortos.

O Departamento Florestal e de Proteção contra Incêndios do estado, o Calfire, alertou que as condições voltaram a piorar neste domingo por causa dos fortes ventos, depois da breve trégua do clima no sábado, o que permitiu aos bombeiros avançar na luta contra as chamas.

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O enorme incêndio, chamado de "Camp Fire", arrasou quase totalmente a cidade de Paradise, de 26 mil habitantes e a cerca de 280 quilômetros a nordeste da área da baía de San Francisco, onde desde quinta-feira foi acionado o alerta vermelho, devido à má qualidade do ar por causa do fumaça proveniente do incêndio.

Além de tirar a vida de 23 pessoas, o incêndio destruiu mais de 6.500 construções, na sua maioria em Paradise, e já é considerado o mais devastador da história do estado.

Os 23 mortos, por outro lado, o posicionam como o terceiro mais fatal do estado mais povoado dos Estados Unidos, só atrás do incêndio de Griffith Park em Los Angeles em 1933 (29 mortos) e do de Oakland Hills em 1991 (25 mortos).

Segundo os dados do Calfire, 4.050 bombeiros trabalham nas tarefas de extinção do fogo, que já queimou 44.100 hectares.

Os mortos foram encontrados completamente carbonizados e em alguns casos foram recuperados ossadas isolados, por isso que uma equipe de antropólogos e de especialistas em análise de DNA foi para a região a fim de ajudar no trabalho de identificação.

A origem do incêndio continua sendo desconhecida e a porta-voz do Calfire Janet Upton explicou que os investigadores estão explorando todas as possíveis causas, "incluindo a possibilidade de que o fogo tenha começado a partir de uma faísca de equipamento elétrico".

A maior companhia provedora de gás e eletricidade do estado, a Pacific Gas & Electric Co., informou que detectou um "problema" em uma linha de alta pressão próxima à área onde o incêndio começou, apenas alguns minutos antes de surgirem as primeiras chamas.

Em paralelo, outro grande incêndio queima no sul do estado, perto de Los Angeles, no qual segundo a Polícia local confirmou morreram duas pessoas que estavam em um carro.

O chamado "Woolsey Fire" queimou 33.600 hectares em uma área que inclui as cidades de Malibu, Calabasas e Thousand Oaks (onde na quarta-feira aconteceu um tiroteio que deixou 13 mortos).

Estes dois incêndios, junto com o menor de "Hill" que queima uma região muito próxima ao de "Woolsey", também no sul, fizeram com que cerca de 300 mil pessoas tivessem que sair de suas casas e levaram o governador da Califórnia, Jerry Brown, a pedir formalmente ao presidente Donald Trump uma declaração de "estado de calamidade".

Caso seja concedida, a declaração ofereceria aos afetados pelos incêndios ajuda financeira do Governo federal para alojamento, despesas legais e tratamento psicológico.

Justamente ontem, Trump culpou as autoridades californianas de uma "absoluta má gestão" da situação e ameaçou cancelar futuras ajudas federais.

"Não há razão para estes enormes, mortíferos e custosos incêndios na Califórnia exceto que a gestão florestal é muito pobre. Bilhões de dólares são dados todo ano, com tantas vidas perdidas, tudo por causa de uma absoluta má gestão das florestas", afirmou Trump na sua conta do Twitter.

"Ou se conserta agora, ou não haverá mais pagamentos federais!", acrescentou Trump.

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