Naegleria fowleri: ameba entra pelo nariz e migra para o cérebro ao longo do nervo olfativo (Andriy Onufriyenko/Getty Images)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 29 de maio de 2023 às 17h55.
Última atualização em 29 de maio de 2023 às 19h25.
As mudanças climáticas podem estar por trás do aumento de casos de mortes causadas pela ameba apelidada de "comedora de cérebro". Um estudo publicado no jornal científico "Ohio Journal of Public Health", dos Estados Unidos, aponta indícios de que a ameba, chamada cientificamente de Naegleria fowleri, está se proliferando mais em estados do norte dos EUA, mais frios, sendo que ela era mais encontrada apenas em estados mais ao sul, com temperaturas mais altas. O fato ligou o alerta das autoridades americanas.
"Dados de mudanças climáticas indicam aumentos consistentes nas temperaturas das águas superficiais, aumentando a probabilidade de que a Naegleria fowleri represente uma ameaça maior à saúde humana em regiões com histórico de ocorrência e em novas regiões onde ainda não foi documentado", diz o estudo.
Ainda segundo a pesquisa, a ocorrência dos casos de meningoencefalite amebiana primária, ligados à ameba, ainda são raros, mas os números registrados impressionam. Entre os anos de 1962 e 2015 foram identificados, nos Estados Unidos, 138 casos, sendo que a média de ocorrência anual passou de zero para oito. Os pacientes são predominantemente masculinos, com 76%, e abaixo de 18 anos, com 83% dos casos.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês), a contaminação ocorre quando uma pessoa entra em contato, pelo nariz, com água em que há a Naegleria fowleri. "As pessoas não se infectam ao beber água contaminada", explica um documento oficial. A ameba entra pelo nariz e migra para o cérebro ao longo do nervo olfativo, por isso o apelido "devoradora de cérebro".
Os sintomas começam entre um e 12 dias (a média é de 5 dias) após nadar ou ter exposição nasal a água contendo a Naegleria. As pessoas morrem de um a 18 dias (a média é de cinco dias) após o início dos sintomas. "A meningoencefalite amebiana primária é difícil de detectar porque a doença progride rapidamente, de modo que o diagnóstico às vezes ocorre após a morte do paciente", afirma o CDC.
Estágio 1 da doença
Estágio 2 da doença