Ativistas estão em condições desumanas, diz advogado
Ativistas do Greenpeace indiciados por pirataria após protesto contra exploração de petróleo estão vivendo em "condições desumanas", disse advogado
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2013 às 09h33.
Moscou - Os tripulantes do Greenpeace indiciados por pirataria por terem participado de um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico estão vivendo em "condições desumanas" na prisão e são transportados entre centros prisionais russos como "galinhas de uma granja ruim", afirmou um advogado na segunda-feira.
Na semana passada, autoridades russas indiciaram por pirataria os 30 tripulantes do navio Artic Sunrise, do Greenpeace, entre eles a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, provocando uma onda de protestos em várias partes do mundo.
Os ativistas de 18 nacionalidades diferentes cumprem prisão preventiva de dois meses entre as cidades de Murmansk e Apatity, cerca de 2.000 km ao norte de Moscou e acima do círculo Ártico.
O advogado do Greenpeace Sergei Golubok afirmou durante entrevista coletiva nesta segunda-feira que muitos ativistas não tiveram acesso a água potável ou estão passando fome porque não conseguiram comer a comida das prisões.
"Sua situação na prisão não pode ser chamada de outra coisa senão de desumana", afirmou a jornalistas Golubok, falando por videoconferência de Murmansk.
Os ativistas detidos em Apatity têm que fazer longas viagens em frias vans prisionais para as audiências em Murmansk, acrescentou.
"Ali as pessoas são confinadas como galinhas de uma granja ruim", afirmou.
"Ninguém recebe cuidados de saúde adequados", continuou, destacando que alguns ativistas não querem a comida da prisão por questões religiosas.
Os ativistas também se queixaram da vigilância constante de suas celas por câmeras de vídeo instaladas inclusive no banheiro, acrescentou.
Centros de prisão preventiva, que são chamados na Rússia de Isoladores de Investigação (SIZO), não são muito diferentes das prisões comuns, conhecidas por condições degradantes e abusos.
Os problemas dos ativistas se agravam pelo fato de a maioria ser estrangeira e não falar russo, disse Golubok.
Com isso, tarefas simples como tirar dinheiro de suas contas bancárias ou pedir aos guardas da prisão permissão para abrir uma janela se tornam impossíveis.
"Eles não conseguem falar com os parentes por telefone porque devem falar em um idioma que os funcionários dos centros de detenção tenham facilidade de compreender", afirmou Golubok.
Um ativista de direitos humanos disse à AFP na semana passada que ativistas do Greenpeace estavam "à beira do choque", devido às condições em suas celas frias e escuras. Um dos ativistas sofre de asma e outro não tem a tiroide.
"Basicamente, eles foram desligados do mundo exterior", disse Golubok.
Na semana passada, o embaixador italiano em Moscou convocou uma reunião com os embaixadores de vários países europeus para coordenar os passos para tentar assegurar a libertação dos ativistas.
Um representante do Ministério das Relações Exteriores da Nova Zelândia admitiu, contudo, que havia pouco que pudessem fazer.
"Nossas autoridades não são capazes de intervir no processo judicial de outro país, nem podem tentar tirar vantagem do processo", declarou à AFP um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores e Comércio em comentários enviados por e-mail.
"Trata-se de uma questão legal atualmente em curso na justiça da Rússia", concluiu.
Moscou - Os tripulantes do Greenpeace indiciados por pirataria por terem participado de um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico estão vivendo em "condições desumanas" na prisão e são transportados entre centros prisionais russos como "galinhas de uma granja ruim", afirmou um advogado na segunda-feira.
Na semana passada, autoridades russas indiciaram por pirataria os 30 tripulantes do navio Artic Sunrise, do Greenpeace, entre eles a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, provocando uma onda de protestos em várias partes do mundo.
Os ativistas de 18 nacionalidades diferentes cumprem prisão preventiva de dois meses entre as cidades de Murmansk e Apatity, cerca de 2.000 km ao norte de Moscou e acima do círculo Ártico.
O advogado do Greenpeace Sergei Golubok afirmou durante entrevista coletiva nesta segunda-feira que muitos ativistas não tiveram acesso a água potável ou estão passando fome porque não conseguiram comer a comida das prisões.
"Sua situação na prisão não pode ser chamada de outra coisa senão de desumana", afirmou a jornalistas Golubok, falando por videoconferência de Murmansk.
Os ativistas detidos em Apatity têm que fazer longas viagens em frias vans prisionais para as audiências em Murmansk, acrescentou.
"Ali as pessoas são confinadas como galinhas de uma granja ruim", afirmou.
"Ninguém recebe cuidados de saúde adequados", continuou, destacando que alguns ativistas não querem a comida da prisão por questões religiosas.
Os ativistas também se queixaram da vigilância constante de suas celas por câmeras de vídeo instaladas inclusive no banheiro, acrescentou.
Centros de prisão preventiva, que são chamados na Rússia de Isoladores de Investigação (SIZO), não são muito diferentes das prisões comuns, conhecidas por condições degradantes e abusos.
Os problemas dos ativistas se agravam pelo fato de a maioria ser estrangeira e não falar russo, disse Golubok.
Com isso, tarefas simples como tirar dinheiro de suas contas bancárias ou pedir aos guardas da prisão permissão para abrir uma janela se tornam impossíveis.
"Eles não conseguem falar com os parentes por telefone porque devem falar em um idioma que os funcionários dos centros de detenção tenham facilidade de compreender", afirmou Golubok.
Um ativista de direitos humanos disse à AFP na semana passada que ativistas do Greenpeace estavam "à beira do choque", devido às condições em suas celas frias e escuras. Um dos ativistas sofre de asma e outro não tem a tiroide.
"Basicamente, eles foram desligados do mundo exterior", disse Golubok.
Na semana passada, o embaixador italiano em Moscou convocou uma reunião com os embaixadores de vários países europeus para coordenar os passos para tentar assegurar a libertação dos ativistas.
Um representante do Ministério das Relações Exteriores da Nova Zelândia admitiu, contudo, que havia pouco que pudessem fazer.
"Nossas autoridades não são capazes de intervir no processo judicial de outro país, nem podem tentar tirar vantagem do processo", declarou à AFP um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores e Comércio em comentários enviados por e-mail.
"Trata-se de uma questão legal atualmente em curso na justiça da Rússia", concluiu.