Cartaz em apoio a Assange é visto em frente à embaixada do Equador (REUTERS)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2012 às 18h55.
Washington - Vinte representantes de organizações civis americanas se concentraram nesta sexta-feira em frente à embaixada equatoriana em Washington para agradecer com flores ao governo de Rafael Correa por dar asilo ao fundador de Wikileaks, Julian Assange.
Membros da Code Pink, uma ONG feminina pela justiça social, do Partido Verde e do movimento Occupy se reuniram na embaixada diplomática no bairro de Georgetown com cartazes que agradeciam ''ao Equador por defender a ''Imprensa Livre'''' e exaltavam a ''coragem'' de Correa ao desafiar o Reino Unido.
Um dos presentes, Mark Weisbrot, co-diretor do progressista Centro para a Pesquisa Econômica e Política (CEPR, na sigla em inglês), afirmou que o fato demonstra ''a independência da América Latina. O que estamos vendo não teria acontecido há 15 anos''.
O ''Reino Unido deu passos sem precedentes ao ameaçar uma embaixada. Não há nessa embaixada um terrorista com armas nucleares, Assange é um homem contra o qual não se apresentaram acusações na Suécia. Esses dois países atuam com os Estados Unidos como uma máfia'', criticou Weisbrot.
O Equador garantiu asilo a Assange em sua embaixada de Londres, para evitar que o Reino Unido extraditasse o fundador do site de divulgação de documentos secretos Wikileaks para a Suécia, onde seria interrogado sobre acusações de abusos sexuais.
O governo britânico não deu salvo-conduto para o australiano deixar o país e insiste que o deterá se tiver a oportunidade.
Os ativistas entregaram vários buquês de flores e mensagens aos responsáveis da embaixada equatoriana em Washington e foram recebidos em particular por alguns minutos.
''Queríamos agradecer ao Equador por aguentar a pressão do Reino Unido e dos Estados Unidos. Há pessoas aqui que querem processar Assange por espionagem, o que pode levá-lo à pena de morte, e o que o presidente (Rafael) Correa está fazendo é importante'', opinou à Agência Efe Medea Benjamin, co-fundadora do Code Pink.
Ao sair da embaixada, os ativistas revelaram que a representação diplomática equatoriana recebeu cartas de agradecimento pela concessão de asilo a Assange, mas também mensagens de ameaça, por isso pediram proteção do Serviço Secreto americano.
Ray McGovern, analista da CIA durante 27 anos e um crítico feroz da administração de George W. Bush, declarou que o Wikileaks, responsável pelo maior vazamento de documentos secretos da história dos Estados Unidos, ''apenas cometeu o crime de divulgar a verdade''.
Este caso, na sua opinião, demonstra o poder da internet, ''que não pode ser suprimido, embora estejam tentando fazer isso com todas as forças''.