Mundo

Ativista sueca Greta Thunberg é condenada à multa por desobedecer a polícia

A ativista, de 20 anos, compareceu ao tribunal pouco depois das 11h00 (06h00 no horário de Brasília), sem responder a perguntas da imprensa

Em 19 de junho, Thunberg "participou de uma manifestação que interrompeu o trânsito" e "recusou-se a obedecer às ordens da polícia (AFP/AFP Photo)

Em 19 de junho, Thunberg "participou de uma manifestação que interrompeu o trânsito" e "recusou-se a obedecer às ordens da polícia (AFP/AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 24 de julho de 2023 às 08h47.

A ativista ambiental sueca Greta Thunberg foi condenada, nesta segunda-feira, 24, a uma multa por ter desobedecido à polícia durante uma manifestação em que o porto de Malmö foi bloqueado, em um julgamento realizado nessa cidade do sul da Suécia.

A ativista, de 20 anos, compareceu ao tribunal pouco depois das 11h00 (06h00 no horário de Brasília), sem responder a perguntas da imprensa.

Em 19 de junho, Thunberg "participou de uma manifestação que interrompeu o trânsito" e "recusou-se a obedecer às ordens da polícia, que pediu que deixasse o local", segundo a ficha de acusação, vista pela AFP.

"É correto que eu estava naquele lugar naquele dia, e é correto que recebi uma ordem que não dei ouvidos, mas quero negar o crime", disse Thunberg ao tribunal quando questionada sobre as acusações contra ela.

Thunberg afirmou que agiu por necessidade, devido à "emergência climática". Após um curto julgamento, o tribunal a condenou a uma multa de 1.500 coroas suecas (144 dólares, 687 reais na cotação atual) e a pagar 1.000 coroas suecas (96 dólares, 458 reais) a um fundo sueco para vítimas de crimes.

A ação foi organizada pela ONG ambientalista Ta Tillbaka Framtiden ("Peça o Futuro", em tradução livre), cujos militantes bloquearam a entrada e a saída do porto de Malmö para protestar contra o uso de combustíveis fósseis.

"Optamos por não ser espectadores e (...) paramos fisicamente as infraestruturas de combustíveis fósseis. Nos reapropriamos do futuro", declarou então Greta Thunberg no Instagram.

 "Queima as nossas vidas"

A ONG Ta Tillbaka Framtiden indicou que sua determinação de combater a indústria de combustíveis fósseis permanece intacta.

"Se o tribunal decidir considerar nossa ação (interromper o trânsito) um crime, eles podem fazê-lo, mas sabemos que temos o direito de viver, e a indústria de combustíveis fósseis viola esse direito", disse Irma Kjellström à AFP.

Ela especificou que um total de seis militantes da organização devem ser julgados pela ação no porto de Malmö.

"Nós, jovens, não vamos esperar, vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para travar esta indústria que queima as nossas vidas", acrescentou, reivindicando o modo de atuação da desobediência civil.

Em uma sexta-feira de agosto de 2018, Greta Thunberg, na época com 15 anos e totalmente desconhecida, sentou-se pela primeira vez em frente ao Parlamento sueco com uma faixa onde se lia "Greve escolar pelo clima".

Em poucos meses, de Berlim a Sydney, de São Francisco a Joanesburgo, a juventude a seguiu e o movimento "Fridays for Future" (Sextas-Feiras pelo Futuro) nasceu.

Além de seus comícios climáticos, Greta Thunberg frequentemente ataca os formuladores de políticas e governos por sua inação em questões climáticas.

Acompanhe tudo sobre:Prisões

Mais de Mundo

Como a província chinesa de Fujian resolveu problemas de produção escassa de alimentos

Comunidade empresarial chinesa faz apelo aos EUA para cancelarem medidas de tarifas sobre produtos

Netanyahu nega propostas para governo civil palestino em Gaza

EUA afirma que China 'não pode ter' Rússia e Ocidente simultaneamente

Mais na Exame