Ataques contra contingente da ONU no Mali deixam nove mortos
Desde 2013, a ONU conta com uma missão no norte do Mali, que sofre constantemente com ataques dos extremistas da Al Qaeda
AFP
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 09h41.
Dois ataques contra o contingente da ONU no Mali deixaram nove mortos nesta segunda-feira, incluindo um capacete azul e um soldado malinês.
O primeiro ataque, ao campo da missão da ONU no Mali (Minusma) no centro do país, deixou dois mortos, um soldado malinês e um capacete azul cuja nacionalidade não foi informada.
"Supostos extremistas dispararam contra o campo da missão da ONU em Duentza (centro) de uma colina", declarou à AFP um responsável do local.
Segundo o delegado, os agressores foram "repelidos" e "abatidos".
"Foram mortos dois dos agressores e o plano de ataque dos terroristas fracassou. Enviamos reforços para garantir a segurança da cidade", acrescentou a fonte.
O norte do Mali se encontra desde março de 2012 à mercê de grupos radicais vinculados à Al-Qaeda. Desde 2013, a ONU conta com uma missão no local, que sofre constantemente com ataques dos extremistas.
Horas depois do ataque de Duentza, os homens armados com fuzis e granadas atacaram a entrada do acampamento da ONU em Tumbuctu.
No ataque morreram cinco guardas, um policial e um civil empregado na missão, cuja nacionalidade não foi especificada.
"Seis agressores foram abatidos na contra-ofensiva da Minusma após o ataque", informou a ONU.
O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, condenou os ataques e advertiu que a ofensiva contra as forças de paz das Nações Unidas "podem constituir crimes de guerra segundo a legislação internacional".
Nesta terça-feira, uma reunião programada há algum tempo abordará a criação de uma força militar integrada por Burkina Faso, Mali, Mauritânia, Níger e Chad para reforçar os dispositivos nacionais e multilaterais que operam na região.
Esta força, integrada por cerca de 5 mil homens, deverá estar operacional até o outono boreal, mas seu financiamento, estimado em 420 milhões de euros, não foi assegurado.
Desde março de 2012, no norte do Mali operam grupos extremistas vinculados à Al-Qaeda. Parte deles foram expulsos por uma intervenção militar internacional lançada em 2013 por iniciativa da França.
Entretanto, existem áreas que escapam ao controle das forças malinesas, francesas e da ONU, regularmente alvo de ataques.