Ataques aéreos de Israel e foguetes palestinos elevam tensão
Violentos protestos árabes irromperam na quarta-feira após o corpo de um garoto palestino de 16 anos ter sido descoberto em Jerusalém
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2014 às 10h49.
Jerusalém - Ataques aéreos israelenses feriram 15 pessoas na Faixa de Gaza nesta quinta-feira, disseram residentes locais, e militantes continuaram disparando foguetes contra Israel , danificando duas casas, o que elevou as tensões entre os dois lados após a morte de um jovem palestino.
Violentos protestos árabes irromperam na quarta-feira após o corpo de um garoto palestino de 16 anos ter sido descoberto em Jerusalém, possivelmente como vítima de uma vingança após a morte de três adolescentes judeus, cuja responsabilidade o Estado judaico atribuiu a militantes do Hamas na Cisjordânia ocupada.
A cidade estava quieta nesta quinta-feira, mas as tensões permaneceram altas à medida que a polícia continuava a investigar a morte do palestino. Os ataques aéreos israelenses atingiram pelo menos três instalações de treinamento do Hamas em Gaza, disse uma fonte do grupo islâmico, que domina esse enclave palestino.
Forças militares de Israel disseram que 14 projéteis tinham sido disparados contra o país vindos da Faixa de Gaza e que foguetes haviam atingido duas casas na cidade de Sderot, sul do país, mas não causaram vítimas.
A chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas, Navi Pillay, condenou tanto palestinos quando israelenses nesta quinta-feira pelo mais recente episódio de violência na fronteira de Gaza e também pela morte do adolescente palestino. “Do ponto de vista de direitos humanos, eu condeno esses ataques com foguetes e, especialmente, eu condeno os atos excessivos de retaliação de Israel”, disse Pillay a jornalistas em Viena.
O gabinete de segurança de Israel se reuniu novamente na noite de quarta-feira para considerar opções militares em resposta aos insistentes disparos de foguetes da Faixa de Gaza nas últimas semanas, mas não houve posicionamento oficial sobre qualquer decisão tomada, em meio ao clamor público de alguns ministros para que haja forte retaliação.
O jovem palestino, Mohammed Abu Khudair, foi visto vivo pela última vez sendo empurrado para dentro de uma van na quarta-feira perto de sua casa na localidade árabe de Shuafat, em Jerusalém, um dia após o enterro de três adolescentes judeus que foram sequestrados em 12 de junho.
Não foi estabelecido um horário para o enterro do rapaz, um evento que poderá provocar mais protestos de palestinos. A família de Abu Khudair disse que a polícia, a qual aumentou as patrulhas na cidade, lhes informou que o corpo seria liberado na sexta-feira. Uma porta-voz da polícia não quis dar detalhes da investigação, dizendo apenas que o exame forense estava em andamento.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, que acusou colonos judeus de matar o adolescente, falou por telefone com o pai do jovem nesta quinta-feira.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse em comunicado na quarta-feira que a morte do rapaz foi um “repugnante assassinato” e pediu que nenhum dos lados faça justiça com as próprias mãos.