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Ataque contra igreja protestante deixa 24 mortos em Burkina Faso

Cinco soldados também foram mortos na explosão de uma bomba de fabricação caseira; região é palco de ataques extremistas islâmicos

Burkina Faso: igreja protestante foi atacada neste domingo (16) (afp/AFP)

Burkina Faso: igreja protestante foi atacada neste domingo (16) (afp/AFP)

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AFP

Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 11h56.

Ao menos 24 pessoas morreram e 18 ficaram feridas no domingo em um ataque contra uma igreja protestante em uma cidade do norte de Burkina Faso, anunciaram nesta segunda-feira (17) o governador da região do Sahel.

Cinco soldados também foram mortos na explosão de uma bomba de fabricação caseira na mesma região, palco frequente de ataques extremistas islâmicos.

"O balanço provisório tem 24 mortos, incluindo o pastor de uma igreja protestante. Igualmente, lamentamos 18 feridos e pessoas sequestradas", afirmou o coronel Salfo Kabore em um comunicado.

Um balanço anterior divulgado por fontes das forças de segurança citava pelo menos 10 mortos no ataque jihadista, durante o culto dominical na localidade de Pansi, na província de Yagha.

"No domingo, um grupo armado terrorista invadiu localidade e atacou a aprazível população local", completa o texto.

"Os feridos foram levados para Sebba e Dori para receber atendimento. Os falecidos foram enterrados no mesmo dia pelos sobreviventes, com a ajuda espontânea dos moradores de localidades vizinhas", explicou o governador, antes de informar que as pessoas sequestradas estão sendo procuradas.

"É difícil ter uma ideia da situação, pois os habitantes fugiram após o ataque", declarou um morador contactado pela AFP em Sebba, cidade onde muitos moradores de Pansi buscaram refúgio.

"Em Sebba há uma situação de psicose porque terroristas mataram cristãos e seu pastor", completou o habitante que pediu anonimato.

Burkina Faso, país que faz fronteira com o Mali e o Níger, já sofreu uma série de ataques jihadistas que fizeram mais de 750 mortos desde 2015, segundo uma contagem da AFP.

Em 10 de fevereiro, um grupo de jihadistas invadiu Sebba e sequestrou sete pessoas na residência de um pastor. Três dias depois, cinco pessoas foram encontradas mortas, incluindo o pastor, e duas mulheres foram resgatadas, de acordo com o governador da região do Sahel.

Os ataques atribuídos a grupos jihadistas contra igrejas ou religiões cristãs se multiplicaram recentemente no país.

Em um incidente separado no domingo, cinco soldados de Burkina Faso morreram na explosão de uma bomba de fabricação caseira na passagem de seu veículo pelos arredores da província de Lorum, norte do país.

"Um veículo de uma unidade militar de Banh passou por cima de um artefato explosivo improvisado na manhã de domingo" na província de Loroum, informou à AFP uma fonte da segurança.

Os ataques com dispositivos explosivos improvisados se multiplicaram desde 2018 em Burkina Faso, custando a vida de cem pessoas, de acordo com uma contagem da AFP.

Em 28 de janeiro, seis soldados foram mortos em um desses ataques, combinado com uma emboscada, na província de Kompienga, no sudeste do país.

Em 17 de janeiro, seis soldados foram mortos na explosão de um dispositivo artesanal quando o veículo em que estava passava perto de Arbinda, na província de Soum (norte).

Mal equipadas e mal treinadas, as forças de segurança do país não conseguem conter a espiral de violência, apesar da ajuda de forças estrangeiras, notadamente da França, presentes no Sahel com 4.500 homens no contexto da operação antijihadista Barkhane.

Um militar da Barkhane foi encontrado morto no domingo em seu acampamento, segundo o ministério francês dos Exércitos. A causa da morte não foi informada.

A violência extremista provocou uma crise humanitária sem precedentes, com milhares de deslocados e refugiados.

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