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Assad elogia tropas, mas seu paradeiro é um mistério

Presidente não fala em público desde aquele ataque em Damasco, em 18 de julho

Segundo a mensagem de Assad, ao confrontar as "quadrilhas terroristas criminosas", o regime já provou ter uma "consciência e resolução de aço" (AFP)

Segundo a mensagem de Assad, ao confrontar as "quadrilhas terroristas criminosas", o regime já provou ter uma "consciência e resolução de aço" (AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2012 às 09h46.

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse na quarta-feira às suas tropas que sua batalha contra os rebeldes vai determinar o destino da Síria, mas a mensagem escrita não dava pistas sobre o seu paradeiro, duas semanas depois de um atentado a bomba contra a cúpula do seu governo.

Assad não fala em público desde aquele ataque em Damasco, em 18 de julho, embora já tenha aparecido na televisão.

Os novos comentários, num momento em que governo e rebeldes lutam pelo controle de Alepo, principal polo comercial do país, apareceram em uma revista militar editada em homenagem ao Dia das Forças Armadas.

Mas não ficou claro exatamente quando ou onde ele estava falando, o que indica uma elevada preocupação com a sua segurança pessoal depois do atentado em Damasco.

"O destino do nosso povo e da nossa nação, passado, presente e futuro, dependem dessa batalha", disse ele.

Segundo a mensagem de Assad, ao confrontar as "quadrilhas terroristas criminosas" --termo habitual do governo para denominar os rebeldes-- o regime já provou ter uma "consciência e resolução de aço, e vocês são os guardiões dos valores do povo." Em Alepo, no norte do país, combatentes rebeldes capturaram três delegacias de polícia durante confronto contra o Exército pelo controle de um bairro estratégico.

Explosões podiam ser ouvidas na manhã de quarta-feira, e helicópteros cruzavam o céu, enquanto os soldados tentavam expulsar os insurgentes do centro histórico e preservar um dos principais centros de poder de Assad.

Antes, pelo menos dez saraivadas de artilharia iluminaram o céu noturno e abafaram os chamados para as preces islâmicas. Carros cheios de rebeldes gritando "Deus é grande" passavam na direção dos combates.

A guerra civil na Síria entrou em uma nova fase depois do atentado de julho em Damasco, e nos últimos dias os combates chegaram a Alepo, cidade de 2,5 milhões de habitantes que havia estado praticamente alheia aos 17 meses de rebelião no país. Analistas dizem que a batalha pelo controle de Alepo pode ser decisiva para o destino de Assad.


Imagens divulgadas pela Internet mostraram que os combatentes rebeldes realizavam execuções sumárias em Alepo, de forma semelhante àquilo que as forças do governo vêm sendo acusadas de fazer em Damasco.

Um vídeo mostrava quatro homens identificados como membros da milícia governista Shabbiha sendo enfileirados diante de uma parede e abatidos por uma saraivada de rifles, enquanto espectadores gritam "Deus é grande".

Em outro vídeo, aparecem cerca de 15 homens mortos numa delegacia. Um rebelde dispara contra o cadáver do chefe da delegacia, explodindo sua cabeça. Em ambos os casos, não foi possível verificar de forma independente o conteúdo das imagens.

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