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As guerreiras de Kobane, um exemplo inédito de igualdade

A cidade síria se tornou um símbolo de unidade aos curdos e um exemplo inédito de igualdade entre mulheres e homens no Oriente Médio

Mulher curda com AK-47: mulheres representam pelo menos 35% das forças curdas, segundo a Al Jazeera (Stringer/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2014 às 10h09.

A cidade síria de Kobane, onde a feroz resistência ao assédio do Estado Islâmico (EI) se tornou símbolo de unidade para os curdos, é um exemplo inédito de igualdade para suas mulheres, que lutam corpo a corpo com os homens em suas ruas, em um fato excepcional no Oriente Médio .

Depois de mais de 40 dias de cerco, as imagens de Kobane, e especialmente das jovens combatentes das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) defendendo sua cidade com um kalashnikov no braço e um sorriso no rosto, deram a volta ao mundo nas redes sociais.

"A resistência de Kobane mobilizou toda nossa sociedade e muitos de seus líderes, incluindo eu mesma, são mulheres. Nós que estamos na frente sabemos muito bem como o EI trata as mulheres. Esperamos que todas as mulheres do mundo nos ajudem porque lutamos pelos direitos das mulheres do mundo todo", escreveu a comandante Meysa Abdo na terça-feira passada no jornal "The New York Times".

Em artigo intitulado "Uma cidade não pode lutar sozinha contra o Estado Islâmico", Meysa, uma das duas responsáveis militares da defesa do enclave curdo, pede ao mundo "atenção e ajuda para o povo de Kobane".

Conhecida por seu nome de guerra, "Narin Afrin", a comandante, de cerca de 40 anos, é admirada e muito querida por seus milicianos, que a consideram uma líder forte, capaz de tomar decisões em qualquer circunstância, além de ressaltar sua completa entrega a seus soldados.

Outro nome de mulher vinculado a Kobane monopolizou nos últimos dias um grande interesse da mídia: se trata de "Rehana", apelido de uma combatente curda da qual se diz que conseguiu matar mais de cem milicianos do EI.

Parece que "Rehana" foi capturada recentemente pelos jihadistas, que a decapitaram e divulgaram uma foto de um de seus membros exibindo sua cabeça.

Embora alguns jornalistas da região digam que se trata de uma montagem, suas companheiras de armas já juraram vingá-la.

Trata-se de apenas dois exemplos, pois, segundo a televisão catariana "Al Jazeera", as mulheres representam pelo menos 35% (cerca de 15 mil milicianas) das forças das YPG que lutam há mais de dois anos na Síria.

E sua presença aumenta significativamente para entre 50% e 60% nas fileiras da resistência de Kobane, formadas no total por cerca de 2.000 combatentes, segundo fontes curdas.

Elas asseguram que os terroristas do EI, além de considerar as mulheres objetos sem nenhum direito, acreditam que se forem mortos por uma delas não poderão entrar no paraíso, que é o que mais desejam.

"Os jihadistas distorceram o islã. Em sua filosofia, as mulheres não têm um papel próprio na sociedade. Eles acham que se forem mortos por uma mulher irão para o inferno", explicou Dalil Derki, responsável por um batalhão feminino, à televisão russa "RT".

"Por isso, quando veem uma mulher com uma arma começam a tremer e fogem como ratos", disse uma de suas combatentes, enquanto Derki ressalta que a metade dos jihadistas na fronteira foram abatidos pelas milicianas e se mostra orgulhosa de suas tropas, que "são um exemplo para as mulheres no mundo todo".

De fato, as mulheres do Curdistão têm um longo histórico como guerreiras dentro de um povo habituado a lutar contra a opressão, em particular na Síria, Iraque, Irã e Turquia, países entre os quais se dividiu o território no final da Primeira Guerra Mundial.

Adela Kham, conhecida como "princesa valente", que governou nos anos 20 os territórios curdos entre Irã e Iraque ao redor de Halabja, e Leyla Qasim, que em 1974, com 22 anos, foi a primeira mulher executada pelo regime baathista do Iraque por seu envolvimento no movimento estudantil curdo, demonstram esse espírito de luta dessas bravas mulheres.

São Paulo – Estima-se que o mundo levará 81 anos até que consiga superar a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho . O dado foi revelado nesta semana pela pesquisa “ The Global Gender Gap Report ”, produzida anualmente pelo Fórum Econômico Mundial. O objetivo da pesquisa, realizada desde 2006, é o de compreender como está a distribuição de recursos e oportunidades entre os homens e as mulheres. Para tanto, foram avaliados quatro aspectos principais: participação e oportunidade econômica, o acesso à educação, a capacitação política e a saúde e sobrevivência. Quanto mais próxima de 1 é a pontuação do país em um dos fatores investigados, mais igualitária é aquela sociedade. Uma das grandes novidades da edição 2014 do estudo é a estreia de Ruanda, que aparece entre os primeiros lugares que tratam homens e mulheres de forma menos desigual. Outra boa notícia é o fato de que muitos países conseguiram zerar as diferenças entre os gêneros especialmente no que diz respeito ao acesso à educação e também em saúde e sobrevivência. Veja os países que ocupam as 20 primeiras posições do ranking nestas imagens.
  • 2. 1º Islândia

    2 /21(EuroFootball/Stringer)

  • Veja também

    Geral (ranking/pontuação): 1º/0.8594
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 7º/0.8169
    Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
    Capacitação política (ranking/pontuação): 128º/0.9654
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 1º/ 0.6554
  • 3. 2º Finlândia

    3 /21(Tuomas Puikkonen/Flickr/Flickr)

  • Geral (ranking/pontuação): 2º/0.8453
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 21º/0.7859
    Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
    Capacitação política (ranking/pontuação): 52º/0.9789
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 2º/0.6162
  • 4. 3º Noruega

    4 /21(Hans Gottun/Flickr)

    Geral (ranking/pontuação): 3º/0.8374
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 2º/0.8357
    Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
    Capacitação política (ranking/pontuação): 98º/0.9695
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 3º/0.5444
  • 5. 4º Suécia

    5 /21(Getty Images)

    Geral (ranking/pontuação): 4º/0.8165
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 15º/0.7989
    Educação (ranking/pontuação): 43º/0.9974
    Capacitação política (ranking/pontuação): 100º/0.9694
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 5º/0.5005
  • 6. 5º Dinamarca

    6 /21(Ryk Venema/Flickr)

    Geral (ranking/pontuação): 5º/0.8025
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 12º/0.8053
    Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
    Capacitação política (ranking/pontuação): 65º/0.9741
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 7º/0.4306
  • 7. 6º Nicarágua

    7 /21(Getty Images)

    Geral (ranking/pontuação): 6º/0.7894
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 95º/0.6347
    Educação (ranking/pontuação): 33º/0.9996
    Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 4º/0.5439
  • 8. 7º Ruanda

    8 /21(Getty Images)

    Geral (ranking/pontuação): 7º/0.7854
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 25º/0.7698
    Educação (ranking/pontuação): 114º/0.9289
    Capacitação política (ranking/pontuação): 118º/0.9667
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 6º/0.4762
  • 9. 8º Irlanda

    9 /21(Getty Images)

    Geral (ranking/pontuação): 8º/0.7850
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 28º/0.7543
    Educação (ranking/pontuação): 40º/0.9979
    Capacitação política (ranking/pontuação): 67º/0.9739
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 8º/0.4140
  • 10. 9º Filipinas

    10 /21(Veejay Villafranca / Stringer)

    Geral (ranking/pontuação): 9º/0.7814
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 24º/0.7780
    Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
    Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 17º/0.3682
  • 11. 10º Bélgica

    11 /21(Carl Court/Staff)

    Geral (ranking/pontuação): 10º/0.7809
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 27º/0.7577
    Educação (ranking/pontuação): 73º/0.9921
    Capacitação política (ranking/pontuação): 52º/0.9789
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 13º/0.3948
  • 12. 13º Nova Zelândia

    12 /21(Jeff Hitchcock/Flickr)

    Geral (ranking/pontuação): 13º/0.7772
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 30º/0.7517
    Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
    Capacitação política (ranking/pontuação): 96º/0.9698
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 14º/0.3872
  • 13. 12º Alemanha

    13 /21(Gideon/Flickr)

    Geral (ranking/pontuação): 12º/0.7780
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 34º/0.7388
    Educação (ranking/pontuação): 34º/ 0.9995
    Capacitação política (ranking/pontuação): 67º/0.9739
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 11º/0.3998
  • 14. 15º Letônia

    14 /21(Roland Lakis/Flickr)

    Geral (ranking/pontuação): 15º/0.7691
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 16º/0.7931
    Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
    Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 25º/0.3038
  • 15. 16º França

    15 /21(Pedro Szekely/Flickr)

    Geral (ranking/pontuação): 16º/0.7588
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 57º/0.7036
    Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
    Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 20º/0.3520
  • 16. 17º Burundi

    16 /21(PWRDF/Flickr)

    Geral (ranking/pontuação): 17º/0.7565
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 1º/0.8630
    Educação (ranking/pontuação): 120º/0.9013
    Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 30º/0.2822
  • 17. 18º África do Sul

    17 /21(Dan Kitwood/Staff)

    Geral (ranking/pontuação): 18º/0.7527
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 83º/0.6473
    Educação (ranking/pontuação): 85º/0.9869
    Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 12º/0.3969
  • 18. 19º Canadá

    18 /21(New Brunswick Tourism/Flickr)

    Geral (ranking/pontuação): 19º/0.7464
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 17º/0.7928
    Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
    Capacitação política (ranking/pontuação): 100º/0.9694
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 42º/0.2233
  • 19. 20º Estados Unidos

    19 /21(Damyen Morris/Flickr)

    Geral (ranking/pontuação): 20º/0.7463
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 4º/0.8276
    Educação (ranking/pontuação): 4º/0.8276
    Capacitação política (ranking/pontuação): 62º/0.9747
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 54º/0.1847
  • 20. *Brasil (71º)

    20 /21(Francisco Osorio/Flickr)

    Geral (ranking/pontuação): 71º/0.6941
    Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 81º/0.6491
    Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
    Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
    Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 74º/0.1476 *O país foi incluído para efeitos de comparação.
  • 21. Agora veja quais os melhores e piores aeroportos do planeta

    21 /21(Phil Walter / Staff)

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