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Arma tinha apenas DNA de promotor argentino, diz justiça

Análises de laboratório feitas na arma que matou Alberto Nisman tinham apenas amostras de DNA do promotor, segundo promotora


	O promotor Alberto Nisman: descoberta fortalece a hipótese de suicídio
 (Marcelo Capece/AFP)

O promotor Alberto Nisman: descoberta fortalece a hipótese de suicídio (Marcelo Capece/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 19h41.

Buenos Aires - Exames laboratoriais feitos na arma de onde saiu o disparo que matou Alberto Nisman revelaram apenas amostras de DNA do promotor argentino, o que fortalece a hipótese de suicídio, informou a justiça nesta sexta-feira.

"Na pistola, no carregador, nos cartuchos e nas cápsulas foi encontrado o mesmo perfil genético, que coincide com o perfil genético da amostra referida como sendo, incontestavelmente, do falecido", declarou, em um comunicado, a promotora Viviana Fein, que investiga o caso.

Fein tinha solicitado um exame de DNA no material coletado em 19 de janeiro, um dia depois de Nisman aparecer morto, o que inclui, além da pistola, o carregador, os cartuchos e as cápsulas, uma camiseta e a bermuda que a vítima vestia.

O promotor, de 51 anos, que investigava o atentado na mutual judaica AMIA, realizado em 1994, em Buenos Aires, deixando 85 mortos, foi encontrado sem vida com um tiro na têmpora no banheiro do apartamento onde vivia no bairro de Puerto Madero, em um prédio luxuoso, fortemente vigiado.

Os peritos da polícia enfrentam a dura tarefa de examinar as imagens de todas as câmeras de segurança, tanto no interior quanto no exterior do condomínio de três edifícios onde Nusman morava.

O resultado do exame de DNA fortalece a hipótese de suicídio, depois que os peritos que realizaram a necropsia em 19 de janeiro concluíram que "não houve intervenção de terceiros" na morte do promotor.

O falecimento de Nisman, ainda sem esclarecimento, está cercado de conjecturas e suspeitas, pois o promotor morreu no domingo, 18 de janeiro, na véspera de explicar no Congresso uma denúncia contra a presidente Cristina Kirchner de tramar para "acobertar" o Irã no caso do atentado antissemita em Buenos Aires.

O caso investigado por Fein é rotulado de "morte duvidosa" e o leque de possibilidades inclui suicídio, suicídio induzido e assassinato.

A presidente Kirchner primeiro falou de suicídio em uma carta publicada nas redes sociais, mas pouco depois, em uma segunda carta, mostrou-se convencida de que se tratou de um assassinato.

Nisman foi sepultado na quinta-feira em um cemitério israelita na periferia oeste da capital argentina, onde foi aplaudido como herói por aqueles que o consideram vítima do governo.

Kirchner vinculou sua morte à remoção, em dezembro passado, da cúpula do Serviço de Inteligência (SI) e denunciou um complô desestabilizador dos espiões envolvidos.

No âmbito de uma profunda reforma do sistema de inteligência, o Executivo anunciou a dissolução do SI e sua substituição por outro organismo.

O projeto começará a ser debatido na segunda-feira em sessões extraordinárias do Congresso, segundo publicado nesta sexta-feira no Boletim Oficial.

O eixo da denúncia do promotor, divulgada quatro dias antes de sua morte, era um acordo assinado pelo governo argentino com o Irã que, segundo Nisman, pretendia encobrir iranianos acusados de envolvimento no ataque à AMIA em troca de contratos comerciais com Teerã, entre outros pontos.

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