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Argentina será único país a ter queda do PIB entre as maiores economias globais, prevê FMI

Queda de 2,8% ocorrerá em meio a ajuste fiscal duro feito pelo governo de Javier Milei

 (Luis Robayo/AFP)

(Luis Robayo/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 30 de janeiro de 2024 às 11h47.

Última atualização em 31 de janeiro de 2024 às 16h20.

A Argentina deverá ser o único país, entre as 30 maiores economias do mundo, a ter encolhimento do PIB em 2024, projeta o FMI.

O país deverá ter contração de 2,8% da economia, após encolher 1,1% em 2023 e crescer 5% em 2022, aponta o fundo. Em outubro de 2023, antes das eleições, a estimativa do FMI era que a Argentina tivesse crescimento de 2,8% em 2024.

"A revisão da previsão reflete o crescimento negativo da Argentina no contexto de um ajuste de política significativo para recuperar a estabilidade macroeconômica", diz o FMI, no relatório World Economic Outlook.

O novo presidente da Argentina, Javier Milei, adotou uma série de medidas duras para tentar conter a inflação e reduzir gastos públicos após tomar posse, em 10 de dezembro. Boa parte das ações ainda precisam de aval do Congresso, mas diversas mudanças, como a liberação de controle de alugueis e a desvalorização do peso, já passaram a valer.

O FMI tem elogiado as medidas de Milie. "O governo atual está tratando de conseguir uma consolidação fiscal muito ampla e chegar a um superátiv primário de 2% do PIB. É algo que consideramos absolutamente necessário no contexto da Argentina porque a causa fundamental da inflação é que tem havido bastante financiamento monetário", disse Pierre Olivier-Gourinchas, economista-chefe do FMI, ao anunciar os resultados.

Gourinchas pontuou, no entanto, que agora o "principal risco futuro é se essa consolidação fiscal pode ser implantanda e aplicada de maneira duradoura, para que a situação se estabiize a partir de condições iniciais muito deterioradas."

A Argentina fez um acordo com o FMI, em 2019, para renegociar uma dívida de 44 bilhões de dólares. Ao mesmo tempo em que faz pagamentos, o pais recebe mais recursos emprestados, conforme cumpre metas estabelecidas pelo fundo. Neste mês, o país negocia a liberação de mais 4,7 bilhões de dólares.

Para a região da América Latina e Caribe, o crescimento total estimado é de 1,9%. O Brasil deve avançar 1,7%.

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