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Argentina revela novas conversas com submarino desaparecido

Descobriu-se que houve uma chamada dos tripulantes após aquela que a Marinha tinha divulgado como a comunicação derradeira

ARA San Juan e sua tripulação: Tripulação  realizara exercícios militares em Ushuaia (Argentine Navy/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY/Reuters)

ARA San Juan e sua tripulação: Tripulação realizara exercícios militares em Ushuaia (Argentine Navy/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY/Reuters)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 11h38.

O porta-voz da Marinha da Argentina, Enrique Balbí, confirmou na noite desta quarta-feira (6) que houve "oito tentativas de comunicação" da tripulação do submarino ARA San Juan no dia de seu desaparecimento, em 15 de novembro.

No entanto, ele afirmou que "não havia chamadas de emergência" nas conversas e que, algumas delas, eram apenas tentativa de conexão de dados. A fala de Balbí ocorreu após o jornal "El Clarín" revelar dados da empresa Tesacom, uma das responsáveis por analisar tanto as chamadas telefônicas como a conexão de dados.

Com isso, descobriu-se que houve uma chamada dos tripulantes, após aquela que a Marinha tinha divulgado como a comunicação derradeira.

De acordo com a empresa de tecnologia, uma chamada das 7h19 (hora local) do dia 15 de novembro questionava os superiores sobre o recebimento de duas mensagens anteriores e informava que o submarino estava em "plano de periscópio" a 18 metros de profundidade, "em velocidade de cinco nós e avaria controlada".

O tripulante informa também que pretende descer para o "plano de segurança", que fica a 40 metros de profundidade, para avaliar os problemas nas baterias. A mensagem termina com o marinheiro informando que voltará a entrar em contato para fornecer mais informações.

Anteriormente, no dia 28 de novembro, a Marinha havia informado que a última comunicação relatava a "entrada de água do mar" e um "curto-circuito e princípio de incêndio" nas baterias de número três.

Essa comunicação foi enviada às 8h52(hora local), cerca de duas horas antes de especialistas norte-americanos detectarem um fenômeno semelhante a uma "explosão" onde o submarino deveria estar.

Por conta dessa omissão de informações, os jornais argentinos informaram que o governo de Mauricio Macri, através de seu ministro de Defesa, Oscar Aguad, abriu uma investigação interna para verificar se os chefes da Marinha estão escondendo fatos sobre o desaparecimento.

O governo acredita, ainda conforme as publicações, que esses fatos ocultados podem indicar falhas operacionais da própria entidade, que tenta "escapar" da culpa pela tragédia.

O submarino ARA San Juan desapareceu na manhã do dia 15 de novembro com 44 pessoas a bordo, enquanto navegava pelo Golfo de São Jorge após uma missão em Ushuaia. Desde então, não se tem notícias sobre a embarcação - mesmo com a ajuda internacional de 10 países.

O governo já reconheceu que todos os tripulantes "estão mortos", mas ainda tenta localizar o equipamento como forma de manter sua promessa aos familiares das vítimas. (ANSA)

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