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Argentina nega bloqueio a alimentos europeus

Buenos Aires - No mesmo dia em que negociadores do Mercosul e da União Europeia iniciam, na capital argentina, encontro para acertar acordo de livre comércio entre os dois blocos, o governo de Cristina Kirchner voltou a negar a existência de qualquer restrição às importações de produtos orignários da zona do euro. O chefe de […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Buenos Aires - No mesmo dia em que negociadores do Mercosul e da União Europeia iniciam, na capital argentina, encontro para acertar acordo de livre comércio entre os dois blocos, o governo de Cristina Kirchner voltou a negar a existência de qualquer restrição às importações de produtos orignários da zona do euro. O chefe de Gabinete de Kirchner, Aníbal Fernandez, disse hoje (29) que não há nenhuma ação específica para bloquear a entrada de produtos europeus na Argentina.

Ontem (28), o porta-voz da área de Comércio da União Europeia, John Clancy, acusou a Argentina de adotar medidas protecionistas contrárias às normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e ameaçou cancelar as negociações entre o Mercosul e os países da zona do euro previstas para começar hoje em Buenos Aires.

Clancy disse em Bruxelas, capital da Bélgica, que a Grécia havia apresentado uma reclamação sobre o bloqueio argentino de exportações de conservas alimentícias, "violando as normas do comércio internacional". Exportadores gregos afirmaram que importadores argentinos haviam cancelado ou suspendido contratos no valor de US$ 2 milhões relativos à compra de pêssegos.

Ontem, a ministra da Indústria, Debora Giorgi, negou que a Argentina esteja bloqueando exportações da União Europeia. "Não temos, até agora, o registro de atrasos na entrada de nenhum produto europeu em território argentino", informou a ministra. "Por outro lado, esperamos discutir os subsídios, as normas sanitárias e os impostos alfandegários especiais que a União Europeia utiliza para produtos agrícolas e alimentos importados".

O secretário argentino de Indústria, Eduardo Bianchi, também falou ontem sobre o assunto e rebateu o secretário de Comércio John Clancy, ao afirmar que "se há um mercado que está bastante protegido contra as importações de produtos alimentícios é justamente o da União Europeia".

O encontro entre negociadores do Mercosul e da União Europeia, previsto para começar hoje em Buenos Aires, é a primeira iniciativa concreta para que os dois blocos retomem as conversas sobre um acordo de livre comércio, iniciadas em 2000 e interrompidas em 2004. O encontro é consequência do anúncio feito no dia 17 de maio deste ano pelo primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, durante a 6ª Cúpula União Europeia, Mercosul e Caribe, realizada em Madri.

Na ocasião, Zapatero informou oficialmente que os dois blocos haviam tomado a decisão política de retomar as negociações sobre o tratado de livre comércio. A Espanha ocupa, atualmente, a presidência rotativa do bloco europeu. O Mercosul é formado pelo Brasil, a Argentina, o Uruguai e Paraguai. A União Europeia integra 27 países. A população dos dois blocos chega a 700 milhões de pessoas, o maior grupo de consumidores do mundo.

As exportações do Mercosul à União Europeia atingiram, em média, US$ 55 bilhões no período 2006/2008. Um acordo de livre comércio entre os dois blocos ampliaria esse total em 5 bilhões de euros, o equivalente a R$ 11 bilhões. Os países da chamada zona do euro são os principais investidores diretos na região do Mercosul.

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