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Argentina alcança vitória contra fundos em Conselho da ONU

A Argentina obteve nova vitória em ofensiva conta os fundos especulativos, com resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU


	Bandeira da Argentina: resolução condena os denominados "fundos abutres"
 (Wikimedia Commons)

Bandeira da Argentina: resolução condena os denominados "fundos abutres" (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2014 às 14h37.

Genebra - A Argentina obteve nesta sexta-feira uma nova vitória em sua ofensiva diplomática contra os fundos especulativos, com a aprovação no Conselho de Direitos Humanos da ONU de uma resolução que condena os denominados "fundos abutres" e ordena uma investigação de suas atividades.

O ministro argentino de Relações Exteriores, Héctor Timerman, que apresentou pessoalmente o projeto de resolução ao plenário do Conselho, destacou -após a votação- que "é a primeira vez que se decide que a ONU averiguará as atividades destes especuladores internacionais e as consequências de suas ações".

Timerman reconheceu, no entanto, que não basta condenar e investigar se no final não houver consequências concretas.

"Este não é o fim do caminho, é uma etapa a mais para a Argentina, que lutará em todo os lugares onde houver batalhas", antecipou Timerman.

"Nosso interesse é que seja limitado o acionamento destes fundos, que termine com esta especulação que tanto prejuízo causa aos povos", recalcou o chanceler em um comparecimento perante a imprensa.

Timerman antecipou que, quando houver todos os elementos de análise, "então serão tomadas as medidas adequadas".

A Argentina está em uma grande campanha internacional contra os "fundos abutre" que não aceitaram a reestruturação da dívida argentina que possuem e que reivindicam seu pagamento.

A resolução foi aprovada por 33 votos a favor, frente 5 contra (Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Japão e República Tcheca) e 9 abstenções.

Nela foi denunciado que esses fundos financeiros vão "aos tribunais e outros meios para obrigar os países a desviar recursos financeiros salvos com o cancelamento da dívida", no marco de planos internacionais de alívio da dívida.

Em resposta aos países que se opuseram à resolução, o ministro argentino esclareceu que este não só é um problema financeiro, mas também social e, em particular, de direitos humanos.

"Quando são desviados os fundos destinados a programas de saúde é um problema de direitos humanos, que são embargados fundos que deviam ser usados em programas de alimentação também é uma questão de direitos humanos", enfatizou.

Em sua luta nos planos diplomático e jurídico contra os "fundos abutre", a iniciativa argentina convida o resto de países a considerar "a aplicação de marcos jurídicos limitar as atividades predatórias" desses agentes financeiros.

Além disso, o país encoraja os que participam das negociações a criar um marco legal multilateral para os processos de reestruturação da dívida soberana e garantir sua compatibilidade com os direitos humanos.

"Esta resolução não era contra nenhum país, mas contra um grupo de especuladores internacionais, verdadeiros piratas do século XXI que assolam os povos e países onde podem realizar suas atividades", declarou o chanceler.

A instância que averiguará as atividades desses fundos será o Comitê Assessor do Conselho de Direitos Humanos, formado por 18 analistas independentes escolhidos por sua capacidade profissional e representantes das distintas regiões do mundo.

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