Mundo

Árabes apoiam Kerry na retomada de diálogo com Israel

Liga Árabe aprovou a tentativa de relançar as negociações de paz entre palestinos e israelenses liderada pelo secretário de Estado norte-americano

Rei Abdullah da Jordânia se encontra com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, no palácio Al-Hummar, em Amã (Muhammad Hamed/Reuters)

Rei Abdullah da Jordânia se encontra com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, no palácio Al-Hummar, em Amã (Muhammad Hamed/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2013 às 17h52.

Amã - A Liga Árabe aprovou a tentativa de relançar as negociações de paz entre palestinos e israelenses liderada pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que disse que as lacunas entre as partes tinham sido bastante reduzidas.

A retórica encorajadora após Kerry ter se encontrado com uma delegação da Liga Árabe e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, na Jordânia, nesta quarta-feira, sugeriu que Kerry, em sua sexta missão de paz no Oriente Médio no mesmo número de meses, pode ter encontrado um caminho para acabar com quase três anos de impasse.

O principal ponto de discórdia tem sido a construção continuada de assentamentos israelenses em terras ocupadas onde os palestinos querem estabelecer um Estado. Israel aprovou novos assentamentos nesta quarta-feira.

Enfrentando a censura do rival islâmico Hamas, Abbas, que tem o apoio do Ocidente, procurou no passado o apoio da Liga Árabe antes de se engajar em negociações com o Estado judeu. A Liga também confirmou um recente compromisso com Israel sobre a sua proposta de paz que já dura 11 anos, mas disse que as fronteiras antigas poderiam ser redesenhadas.

A agência oficial de notícias da Jordânia, onde Kerry encontrou Abbas pela segunda vez em dois dias, citou uma declaração da Liga Árabe emitida após funcionários da Liga também terem se reunido com Kerry. O bloco afirmou "seu apoio aos grandes esforços de Kerry para reviver as negociações de paz entre os lados palestino e israelense".

A delegação da Liga "expressou a esperança de que isso vai levar a um lançamento de negociações sérias para resolver todas as questões do status final para acabar com o conflito e alcançar uma paz justa e global entre palestinos e israelenses que irá abençoar a região com segurança, estabilidade e prosperidade".


Abbas não deu nenhuma indicação pública de suas intenções. Assessores disseram que ele iria encontrar outros líderes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, na quinta-feira, antes de decidir se vai retomar as negociações com Israel.

Os palestinos receberam um incentivo na terça-feira com a decisão da UE de planejar barrar assistência financeira para operações de organizações israelenses nos territórios ocupados. Israel, que quer manter faixas de assentamentos na Cisjordânia em qualquer acordo de paz, ficou furioso.

O governo de direita do primeiro-ministro israelense Netanyahu anunciou uma nova expansão dos assentamentos nesta quarta-feira. Um funcionário israelense disse que Netanyahu disse a Kerry que o movimento da UE "fere os esforços para renovar o processo diplomático".

Mas Kerry, falando a repórteres na capital jordaniana, Amã, foi otimista.

"Temos sido capazes de reduzir essas lacunas de forma muito significativa", disse ele. "E assim nós continuamos a nos aproximar e eu continuo a manter a esperança de que as partes possam em breve ser capazes de se sentar à mesma mesa".

Ele não entrou em detalhes, citando a necessidade de discrição.

No passado, Abbas disse que a expansão dos assentamentos israelenses deve ser interrompida para que os palestinos participem de qualquer conversação com Israel. Netanyahu pediu a ele para voltar às negociações incondicionalmente.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseDiplomaciaJohn KerryPolíticos

Mais de Mundo

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga