Congresso do PT: com o objetivo de reforçar suas chapas em locais considerados estratégicos, os petistas articulam coligações com o PSD em Osasco, Suzano, São Bernardo do Campo e outros municípios do ABC paulista (Reuters//Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2011 às 11h18.
São Paulo - A decisão do PT de abrir espaço para alianças com o PSD nas eleições municipais de 2012 acelerou o diálogo entre os dois partidos na Grande São Paulo. Logo após o 4.º Congresso petista, que praticamente liberou a aproximação com o novo partido, o PT reforçou a busca pelo apoio do PSD a seus candidatos no Estado - mesmo sem aprovação formal a essa união por seu diretório regional.
Em junho, conforme revelou o Estado, a direção do PT paulista impediu a aprovação de resolução que queria proibir alianças com o PSD em São Paulo. Na ocasião, ficou acertado uma nova consulta aos filiados paulistas.
Mas, com o objetivo de reforçar suas chapas em locais considerados estratégicos, os petistas articulam coligações com o PSD em Osasco, Suzano, São Bernardo do Campo e outros municípios do ABC paulista. Já o novo partido flerta com o PT para dar corpo a suas pretensões eleitorais em Barueri e Carapicuíba.
Segundo líderes petistas, a resolução nacional do partido, que proibiu alianças com PSDB, DEM e PPS, deve liberar, na prática, as coligações com o PSD. A interpretação de dirigentes é que os recentes gestos de aproximação de Gilberto Kassab em relação ao governo Dilma Rousseff não permitem que o PSD seja encarado como inimigo.
"No momento em que o PSD abre um espaço de diálogo com o governo Dilma, há uma tendência de que eles sejam tratados como aliados, inclusive no Estado de São Paulo", avalia o presidente do PT paulista, Edinho Silva. "Na capital, o PT é oposição ao Kassab por questões específicas, mas não podemos construir nossa política de alianças pautados apenas por esse afastamento."
As alianças entre os dois partidos nos municípios paulistas ainda precisam ser formalizadas em seminário que o PT local vai organizar no fim do ano, mas mesmo os petistas descontentes com o pacto admitem que não há como impedir a aproximação.