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Após prejuízo, planos de saúde estão desistindo do Obamacare

As quatro maiores empresas de planos de saúde dos EUA admitem que estão perdendo centenas de milhões de dólares cada devido ao programa


	Barack Obama: em vez de expandirem a cobertura, muitas estão deixando os mercados que foram criados pela Lei de Serviços de Saúde Acessíveis
 (Larry Downing/Reuters)

Barack Obama: em vez de expandirem a cobertura, muitas estão deixando os mercados que foram criados pela Lei de Serviços de Saúde Acessíveis (Larry Downing/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2016 às 16h42.

Em novembro passado, quando a UnitedHealth Group divulgou a expectativa de grandes prejuízos com suas apólices do Obamacare em 2016, concorrentes como Anthem e Aetna sinalizaram que seus negócios ligados à Lei de Serviços de Saúde Acessíveis (Affordable Care Act, ou ACA) iam bem.

O governo Obama usou isso como evidência para refutar as alegações de surgimento de problemas sistêmicos em seu programa de plano de saúde de referência.

Mas agora não há como negar os problemas. As quatro maiores empresas de planos de saúde dos EUA admitem que estão perdendo centenas de milhões de dólares cada devido aos planos do Obamacare.

Em vez de expandirem a cobertura, muitas estão deixando os mercados que foram criados pela ACA para que as pessoas pudessem se associar aos planos de saúde, muitas vezes com a ajuda de subsídios do governo.

A UnitedHealth estima que perderá US$ 850 milhões com o Obamacare em 2016, enquanto a Aetna, a Anthem e a Humana caminham para um prejuízo de pelo menos US$ 300 milhões cada com seus planos ACA neste ano, segundo relatórios das empresas e estimativas da Bloomberg Intelligence.

A UnitedHealth diz que está abandonando 31 dos 34 estados onde vende apólices da ACA. A Humana está deixando oito de 19 estados e reduzindo sua presença para apenas 156 condados, contra 1.351 um ano atrás. A Anthem não anunciou planos de mudar sua participação no programa.

Em 15 de agosto, a Aetna disse que deixará de vender planos do Obamacare em 11 dos 15 estados onde participava do programa, revertendo seu plano de expandir-se para mais cinco mercados estaduais em 2017. “Os mercados são uma bagunça da forma como existem hoje”, diz o CEO da Aetna, Mark Bertolini. “Eles estão perdendo muito dinheiro de muita gente”.

Desde sua aprovação, em 2010, o Obamacare proporcionou planos para cerca de 20 milhões de pessoas que antes não contavam com o serviço, levando a taxa de não segurados nos EUA a uma mínima recorde.

Contudo, no momento em que se aproxima de seu quarto ano completo de oferta de cobertura, a lei começa a mostrar suas limitações, particularmente no que diz respeito à promoção da concorrência e à redução dos preços.

Quando os mercados abrirem para os negócios em 1o de novembro, muitos consumidores encontrarão um número menor de opções e preços maiores.

Na média, as empresas buscam elevar os prêmios em cerca de 24 por cento em 2017, estima Charles Gaba, do ACASignups.net, um site que monitora a lei de serviços de saúde.

Até um quarto de todos os condados dos EUA, principalmente em áreas rurais, correm o risco de ficarem com apenas uma seguradora no ano que vem, segundo Cynthia Cox, que monitora os mercados para a Kaiser Family Foundation.

Com a saída da Aetna, em um condado do Arizona atualmente não há nenhuma seguradora que ofereça cobertura por meio da ACA para o ano que vem.

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