Após derrota de Romney, republicanos precisam de renovação
O caminho volta para uma direita mais radical escolhido pelo partido desde 2010, quando a onda do "Tea Party" levou ao Congresso dezenas de ultraconservadores
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2012 às 22h37.
Boston - A derrota de Mitt Romney para Barack Obama na eleição presidencial revela o afastamento crescente dos republicanos das minorias americanas, o que leva o partido a uma reflexão urgente sobre seu futuro se ainda tiver pretensões de reconquistar a Casa Branca.
O caminho volta para uma direita mais radical escolhido pelo partido desde 2010, quando a onda do "Tea Party" levou ao Congresso dezenas de ultraconservadores, também parece ter encontrado limites nas urnas, com a perda de uma preciosa cadeira no Senado, em Indiana, por um candidato deste movimento.
Vários partidários da causa foram reeleitos à Câmara de Representantes, mas outros, como Michele Bachmann, estão em dificuldade, enquanto a apuração das urnas continua nesta quarta-feira.
Mais do que em 2008, os eleitores latinos votaram em massa em Barack Obama, 71% contra 67%, segundo as pesquisas de boca de urna realizadas terça-feira. O número é ainda mais elevado entre os asiáticos (73%) e negros (93%).
As reservas de votos de Mitt Romney concentraram-se entre os homens brancos com mais de 65 anos, um grupo demográfico que está cada vez mais em evidência em um reduto em declínio.
Personalidades conservadoras ressaltaram a necessidade de renovação terça-feira à noite.
"Os republicanos fizeram um trabalho patético para atrair a atenção das pessoas de cor, isto é uma coisa em que precisamos trabalhar", declarou Mike Huckabee, candidato à primária republicana de 2008.
"É um grupo que, francamente, deve estar ao nosso lado, do lado conservador. Mas os republicanos se comportam como se eles não pudessem ser ouvidos, então eles nem mesmo tentam", lamentou.
Os democratas reivindicam uma "coalizão Obama", que reúne eleitores não brancos, jovens, mulheres e os homossexuais. Três em cada quatro votaram em Obama.
"Pouco importa se você é negro, branco, hispânico, asiático, índio, jovem ou velho, rico ou pobre, deficiente, gay ou heterossexual, você pode vencer na América, se quiser de verdade", declarou Barack Obama durante o seu discurso de vitória na terça.
Os eleitores de menos de 30 anos também votaram em Barack Obama (60%).
"Os republicanos devem verdadeiramente abordar as questões sociais que motivam os jovens, e isso quer dizer os assuntos que os cristãos conservadores e os evangélicos combatem, como o aborto, a contracepção, os direitos homossexuais", analisa Christopher Arterton, professor da Universidade de George Washington.
Segundo este observador de movimentos políticos, a eleição marca "um forte golpe contra o 'Tea Party' e o enorme entusiasmo nascido em 2010 entre os conservadores".
A reeleição do presidente reforça sua legitimidade para negociar um acordo orçamentário com o Congresso, onde a maioria republicana da Câmara, pressionada pelo "tea party", bloqueia qualquer aumento de impostos sobre os mais ricos.
Mas são os latinos que mais preocupam a geração atual do partido republicano. Eles representam 10% do eleitorado, e ainda mais na Flórida (16%), Nevada e Arizona (19%), três estados-chave.
Hispânicos e asiáticos podem chegar a 40% do eleitorado em 2050, segundo projeções do instituto Pew.
"Se os republicanos não conseguirem aumentar sua base demográfica, vão desaparecer assim como o partido Whig nos anos 1850", prevê Allan Lichtman, professor de história na American University em Washington, em referência a este partido atormentado pelas divisões sobre a questão da escravidão.
O popular senador da Flórida Marco Rubio, de origem cubana, poderia contribuir para a retomada das negociações sobre a lei para regularizar alguns dos 12 milhões de imigrantes ilegais, paralisadas há anos.
"O movimento conservador deve ser particularmente atraente para as minorias e comunidades de imigrantes que estão tentando se dar bem, e os republicanos precisam mais do que nunca trabalhar para comunicar a este grupo nossas convicções", declarou na terça-feira em um comunicado o jovem senador, forte cabo-eleitoral de Mitt Romney durante a campanha.
Boston - A derrota de Mitt Romney para Barack Obama na eleição presidencial revela o afastamento crescente dos republicanos das minorias americanas, o que leva o partido a uma reflexão urgente sobre seu futuro se ainda tiver pretensões de reconquistar a Casa Branca.
O caminho volta para uma direita mais radical escolhido pelo partido desde 2010, quando a onda do "Tea Party" levou ao Congresso dezenas de ultraconservadores, também parece ter encontrado limites nas urnas, com a perda de uma preciosa cadeira no Senado, em Indiana, por um candidato deste movimento.
Vários partidários da causa foram reeleitos à Câmara de Representantes, mas outros, como Michele Bachmann, estão em dificuldade, enquanto a apuração das urnas continua nesta quarta-feira.
Mais do que em 2008, os eleitores latinos votaram em massa em Barack Obama, 71% contra 67%, segundo as pesquisas de boca de urna realizadas terça-feira. O número é ainda mais elevado entre os asiáticos (73%) e negros (93%).
As reservas de votos de Mitt Romney concentraram-se entre os homens brancos com mais de 65 anos, um grupo demográfico que está cada vez mais em evidência em um reduto em declínio.
Personalidades conservadoras ressaltaram a necessidade de renovação terça-feira à noite.
"Os republicanos fizeram um trabalho patético para atrair a atenção das pessoas de cor, isto é uma coisa em que precisamos trabalhar", declarou Mike Huckabee, candidato à primária republicana de 2008.
"É um grupo que, francamente, deve estar ao nosso lado, do lado conservador. Mas os republicanos se comportam como se eles não pudessem ser ouvidos, então eles nem mesmo tentam", lamentou.
Os democratas reivindicam uma "coalizão Obama", que reúne eleitores não brancos, jovens, mulheres e os homossexuais. Três em cada quatro votaram em Obama.
"Pouco importa se você é negro, branco, hispânico, asiático, índio, jovem ou velho, rico ou pobre, deficiente, gay ou heterossexual, você pode vencer na América, se quiser de verdade", declarou Barack Obama durante o seu discurso de vitória na terça.
Os eleitores de menos de 30 anos também votaram em Barack Obama (60%).
"Os republicanos devem verdadeiramente abordar as questões sociais que motivam os jovens, e isso quer dizer os assuntos que os cristãos conservadores e os evangélicos combatem, como o aborto, a contracepção, os direitos homossexuais", analisa Christopher Arterton, professor da Universidade de George Washington.
Segundo este observador de movimentos políticos, a eleição marca "um forte golpe contra o 'Tea Party' e o enorme entusiasmo nascido em 2010 entre os conservadores".
A reeleição do presidente reforça sua legitimidade para negociar um acordo orçamentário com o Congresso, onde a maioria republicana da Câmara, pressionada pelo "tea party", bloqueia qualquer aumento de impostos sobre os mais ricos.
Mas são os latinos que mais preocupam a geração atual do partido republicano. Eles representam 10% do eleitorado, e ainda mais na Flórida (16%), Nevada e Arizona (19%), três estados-chave.
Hispânicos e asiáticos podem chegar a 40% do eleitorado em 2050, segundo projeções do instituto Pew.
"Se os republicanos não conseguirem aumentar sua base demográfica, vão desaparecer assim como o partido Whig nos anos 1850", prevê Allan Lichtman, professor de história na American University em Washington, em referência a este partido atormentado pelas divisões sobre a questão da escravidão.
O popular senador da Flórida Marco Rubio, de origem cubana, poderia contribuir para a retomada das negociações sobre a lei para regularizar alguns dos 12 milhões de imigrantes ilegais, paralisadas há anos.
"O movimento conservador deve ser particularmente atraente para as minorias e comunidades de imigrantes que estão tentando se dar bem, e os republicanos precisam mais do que nunca trabalhar para comunicar a este grupo nossas convicções", declarou na terça-feira em um comunicado o jovem senador, forte cabo-eleitoral de Mitt Romney durante a campanha.