Mundo

Após conversar com chanceler de Maduro, Amorim recebe representantes da oposição neste sábado

Eleição no país vizinho acontecerá em meio a clima de apreensão

Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República (Ludovic Marin/AFP)

Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República (Ludovic Marin/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 27 de julho de 2024 às 11h32.

Tudo sobreVenezuela
Saiba mais

Em Caracas para acompanhar, como enviado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a eleição na Venezuela, no domingo, o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, conversará, neste sábado, com representantes da oposição. Na sexta-feira, Amorim foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores do país, Yvan Gil.

Na rede social X, Gil escreveu que a reunião que a reunião com o enviado de Lula foi cordial e que se respira um "ambiente de paz" no país. O chanceler venezuelano também ressaltou que a organização do processo eleitoral é "impecável" e "um dos mais transparentes do mundo".

"Aproveitamos a oportunidade para discutir os grandes desafios de transmitir informações verdadeiras baseadas no respeito absoluto à legislação venezuelana", afirmou Gil.

Neste sábado, será a vez de Amorim ouvir a oposição, que tem como candidato Edmundo González. Liderados por María Corina Machado, os adversários do Maduro se dizem perseguidos, garantem que vão tomar o poder nas urnas e temem que o líder chavista não aceite o resultado.

Celso Amorim também terá encontros com membros do Centro Carter e Painel da ONU, que estão no país como observadores. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ia enviar dos representantes para acompanhar o pleito, mas a presidente da Corte, Carmén Lúcia, voltou atrás depois de Maduro dizer que o sistema eleitoral brasileiro é inauditável.

Segundo interlocutores do Planalto, a presença do enviado especial de Lula no país vizinho tem por objetivo mostrar que o Brasil valoriza o que espera ser um processo democrático, em busca da estabilidade regional. Amorim viajou com a determinação do presidente de preservar a imparcialidade e o equilíbrio nos contados com as partes.

Amorim desembarcou em Caracas em meio a um clima de tensão e incertezas. Candidato à reeleição, o presidente venezuelano afirmou, nesta semana, que se perdesse a disputa para González, poderia haver um banho de sangue no país. Maduro já disse que respeitará o resultado, mas emite sinais contrários.

Desde o ano passado, Amorim tem conversado sobre a situação política na Venezuela com Maduro e representantes da oposição. Ele participou, junto com México, Colômbia, Estados Unidos e Noruega, das negociações para o Acordo de Barbados, em que as partes se comprometeram com eleições livres, justas e aceitas por todos.

Outro interlocutor frequente do ex-chanceler de Lula nos dois primeiros mandatos é o conselheiro para Segurança dos EUA, Jake Sullivan. O governo americano está disposto a retirar sanções econômicas ao país, que afetam principalmente o setor de petróleo, se as eleições forem democráticas e Maduro deixar o poder com uma transição pacífica, caso seja derrotado por González.

Na última terça-feira, Amorim afirmou ao GLOBO que não haverá mais motivos para sanções, se as eleições não apresentarem problemas. Disse que o país terá oportunidade de mostrar que a democracia está consolidada.

— O Brasil dá grande importância à eleição na Venezuela. Será uma ocasião de demonstrar que a democracia está consolidada e que não há razão para sanções. Por isso, confiamos que o governo venezuelano tomará todas as providências para garantir que as coisas corram dessa maneira — disse.

A avaliação do governo brasileiro é que não há como saber quem vencerá a eleição de domingo, devido às divergências entre as pesquisas de posição. Essa é a mesma interpretação das autoridades colombianas, que também participaram do acordo de Barbados.

Na última quarta-feira, os chanceles do Brasil e da Colômbia, Mauro Vieira e Luis Gilberto Murillo, reuniram-se em Brasília e conversaram sobre o assunto. Outro ponto de convergência foi que o melhor a fazer, neste momento, é não responder às provocações de Maduro.

Acompanhe tudo sobre:VenezuelaLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Mundo

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia

Biden se reúne com Lula e promete financiar expansão de fibra óptica no Brasil

Xi Jinping defende ações da china para desenvolvimento sustentável no G20