Pessoa passa por procedimento de segurança feito pela polícia em maratona de Nova York: segurança já havia sido reforçada em 2013, depois do atentado contra a maratona de Boston (Andrew Kelly/Reuters)
AFP
Publicado em 5 de novembro de 2017 às 12h21.
Os nova-iorquinos querem demonstrar neste domingo sua vontade de resistir às ameaças terroristas durante a mais famosa maratona do mundo, que será disputada sob rígidas medidas de segurança, cinco dias depois do primeiro atentado com mortes na cidade desde 11 de setembro de 2001.
Mais de 50.000 participantes, dos Estados Unidos e de vários países, e 2,5 milhões de espectadores são esperados nas ruas de Nova York para a maratona.
O prefeito Bill de Blasio anunciou na quarta-feira que o evento estava confirmado, um dia depois do atentado que deixou oito mortos e 12 feridos em Manhattan, perto do memorial em homenagem às vítimas do 11 de setembro.
"Esperamos com impaciência a maratona de domingo. Teremos proteção, como sempre existe, e vamos adotar medidas adicionais de segurança", disse.
A segurança já havia sido reforçada em 2013, depois do atentado contra a maratona de Boston, outra cidade da costa leste dos Estados Unidos, onde dois jovens chechenos explodiram bombas de fabricação caseira perto da linha de chegada, um ataque com um balanço de três mortos e mais de 250 feridos.
Na terça-feira passada, em Nova York, Sayfullo Saipov avançou com uma caminhonete contra ciclistas e pedestres em uma ciclovia de Manhattan. O uzbeque de 29 anos disse que pertence ao grupo extremista Estado Islâmico (EI), que reivindicou o atentado, e afirmou que escolheu o dia de Halloween "para ter certeza de que muitas pessoas estariam nas ruas".
Para os grandes nomes do atletismo americano, correr neste domingo, em um percurso que passa pelo Brooklyn e o Central Park, permitirá demonstrar que a "Big Apple" é uma "cidade resiliente", afirmou Meb Keflezighi.
"Queremos ser um exemplo", destacou o atleta de 42 anos que encerrará sua carreira após a maratona.
"Com certeza, disputaremos esta prova com sentimentos divididos. Podemos estar inquietos, mas eu fico inquieto antes de cada prova desde que um homem se jogou sobre o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima quando ele liderava a maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas", completou Klefezighi, medalhista de prata justamente na maratona de Atenas-2004 e vencedor da maratona de NY em 2009.