Análise: Rumo ao México - esqueçamos Copenhague?
Expectativa é de que um acordo sobre o clima só seja fechado no México em 2010
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h48.
Comecei a ouvir de algumas pessoas e a ler nos jornais brasileiros e lá de fora que o grande acordo global em prol do clima não será selado agora em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca, mas sim em dezembro do ano que vem, no México. Ou seja, estamos a um mês da realização da Cop-15, que é como o encontro é chamado, e os governantes do mundo já estão pensando em adiar para a Cop-16 a decisão de lidar com aquilo que é hoje a maior ameaça à humanidade: o aquecimento global.</p>
Esse prognóstico me dá arrepios, mas o jogo do empurra entre os países está tão descarado que eu começo e pensar na possibilidade disso realmente acontecer. Veja o caso do Brasil. Eu entregaria uma reportagem esta semana sobre o assunto e, na sexta passada, liguei para uma fonte no Ministério do Meio Ambiente. Ele estava animadíssimo, convicto de que, numa reunião a ser realizada na terça-feira, dia 3, convenceriam o presidente Lula a anunciar uma meta de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa para o país que faria inveja a muitos outros países do mundo. "Quando você fecha a sua matéria, na quarta? Se você me ligar na terça de noite terei um número para você", ele disse.
Nada aconteceu como ele imaginava. A reunião fracassou. Lula preferiu manter o estilo desenvolvimentista retrógrado e não aceitou a ideia do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que não só quer que o Brasil tenha uma meta quantitativa de corte de emissões até 2020 como também propõe que ela esteja no patamar de 40%.
Comecei a ouvir de algumas pessoas e a ler nos jornais brasileiros e lá de fora que o grande acordo global em prol do clima não será selado agora em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca, mas sim em dezembro do ano que vem, no México. Ou seja, estamos a um mês da realização da Cop-15, que é como o encontro é chamado, e os governantes do mundo já estão pensando em adiar para a Cop-16 a decisão de lidar com aquilo que é hoje a maior ameaça à humanidade: o aquecimento global.</p>
Esse prognóstico me dá arrepios, mas o jogo do empurra entre os países está tão descarado que eu começo e pensar na possibilidade disso realmente acontecer. Veja o caso do Brasil. Eu entregaria uma reportagem esta semana sobre o assunto e, na sexta passada, liguei para uma fonte no Ministério do Meio Ambiente. Ele estava animadíssimo, convicto de que, numa reunião a ser realizada na terça-feira, dia 3, convenceriam o presidente Lula a anunciar uma meta de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa para o país que faria inveja a muitos outros países do mundo. "Quando você fecha a sua matéria, na quarta? Se você me ligar na terça de noite terei um número para você", ele disse.
Nada aconteceu como ele imaginava. A reunião fracassou. Lula preferiu manter o estilo desenvolvimentista retrógrado e não aceitou a ideia do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que não só quer que o Brasil tenha uma meta quantitativa de corte de emissões até 2020 como também propõe que ela esteja no patamar de 40%.
A decisão de ter uma meta ou não para levar ao encontro - e tudo indica que não teremos - foi adiada para o dia 14. Bem, a despeito dessa polêmica, o que os pronunciamentos de Lula e da ministra deixam claro é que os dois entendem pouco da causa ambiental e não gostam do assunto. Felizmente, muita gente no Brasil já percebeu que um cenário global de restrição de emissões não representa uma ameaça para o país, mas uma série de oportunidades. Ou seja, podemos ganhar, e muito, com a economia de baixo carbono ( vejam a reportagem que fizemos recentemente) Lula e Dilma não entenderam isso ainda.