Mundo

Amigos da Síria têm reunião em Paris para fazer pressão

A reunião, que será aberta pelo presidente francês, François Hollande, terá a participação de representantes de uma centena de países árabes e ocidentais

Explosão na Síria: Para fazer Damasco ceder, os países ocidentais e árabes do grupo esperavam chegar a Paris com uma posição de consenso com China e Rússia (Sana/AFP)

Explosão na Síria: Para fazer Damasco ceder, os países ocidentais e árabes do grupo esperavam chegar a Paris com uma posição de consenso com China e Rússia (Sana/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2012 às 13h12.

Paris - Os Amigos do Povo Sírio se reúnem na sexta-feira em Paris com o objetivo de obter a renúncia do presidente Bashar al-Assad, apesar da oposição da Rússia, que não participará desta terceira conferência do grupo.

A reunião, que será aberta pelo presidente francês, François Hollande, terá a participação de representantes de uma centena de países árabes e ocidentais, de organizações internacionais e da oposição síria.

Segundo o chanceler francês, Laurent Fabius, esta reunião representará "um apoio ampliado da comunidade internacional" ao povo sírio e "uma pressão sobre o regime" de Bashar al-Assad.

Trata-se de "encorajar" a oposição síria em seus esforços de unificação com o objetivo de que seja um interlocutor confiável para todos e de "aumentar a pressão sobre o regime sírio para que aplique o plano de Genebra" sobre uma transição política e o projeto do emissário internacional Kofi Annan.

O plano de Anna prevê um cessar-fogo que deveria ter sido aplicado a partir de 12 abril, mas nunca foi respeitado, segundo uma fonte diplomática ocidental.

Como nas duas reuniões anteriores, realizadas em fevereiro na Tunísia e em abril em Istambul, a Rússia, tradicional aliada da Síria, se recusou a participar.

Às vésperas da reunião, surgem dúvidas sobre sua capacidade para mudar as coisas.

"É ridícula esta multiplicação de reuniões que terminam em fiasco. Isto demonstra o desassossego dos ocidentais e de certos países árabes: não têm nada importante a propor. O que pode fazer com que as coisas mudem é a situação na Síria", considera Joseph Bahout, professor do Instituto de Ciências Políticas de Paris, opinião compartilhada com as de outros especialistas.


Para fazer Damasco ceder, os países ocidentais e árabes do grupo esperavam chegar a Paris com uma posição de consenso com China e Rússia.

Mas o acordo obtido no sábado em Genebra em uma reunião do Grupo de Ação sobre a Síria (do qual fazem parte, entre outros, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança) provoca divergências radicais de interpretação.

Este grupo entrou em acordo sobre o princípio de uma transição com um governo do qual poderiam fazer parte membros do atual governo e da oposição, sem evocar explicitamente a saída do presidente sírio.

Para França e Estados Unidos, este texto dá garantias para uma transição sem o dirigente sírio. Por sua vez, a Rússia, que se opõe a uma saída forçada de Assad, considera que cabe aos sírios decidir sobre seu futuro.

O chanceler russo, Serguei Lavrov, acusou certos países ocidentais de tentar "distorcer" o acordo.

A oposição síria rejeitou os resultados da reunião de Genebra. O opositor Conselho Nacional Sírio reiterou que não aceitará nenhuma iniciativa "que não convoque claramente a saída de Bashar al-Assad".

"Pedimos que a reunião de Paris gere uma posição mais decisiva após o fracasso de Genebra", declarou Monzer Majus, um de seus representantes. O CNS exige uma resolução da ONU que obrigue o regime sírio a aplicar o plano Annan e a criação de enclaves protegidos por uma zona de exclusão aérea, lembrou Majus.

Para tentar apresentar em Paris uma posição comum sobre a transição, os opositores se reuniram na segunda e terça-feira no Cairo. Mas, salvo em relação à partida de Assad, esta reunião serviu, sobretudo, para mostrar suas divisões.

Acompanhe tudo sobre:DitaduraPrimavera árabeSíria

Mais de Mundo

Trump nomeia Chris Wright, executivo de petróleo, como secretário do Departamento de Energia

Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20

Lula encontra Guterres e defende continuidade do G20 Social

Venezuela liberta 10 detidos durante protestos pós-eleições