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América Latina chegará ao G20 de Cannes com posições comuns

Brasil, Argentina e México irão representar a região durante o encontro

"O pedido dos presidentes é chegar ao G20 de Cannes com posições comuns" disse a secretéria-geral da Unasul, María Emma Mejía (Ernesto Benavides/AFP)

"O pedido dos presidentes é chegar ao G20 de Cannes com posições comuns" disse a secretéria-geral da Unasul, María Emma Mejía (Ernesto Benavides/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2011 às 14h24.

Paris - A América Latina, representada no G20 por Brasil, México e Argentina, chegará à reunião de novembro em Cannes, sul da França, com posições comuns, disse nesta terça-feira em Paris a secretária-geral da Unasul, a colombiana María Emma Mejía.

"O pedido dos presidentes é chegar ao G20 de Cannes com posições comuns. (...) Dilma, Cristina Kirchner e o presidente Santos têm repetido que precisamos ter muita fé em nós mesmos", afirmou Mejía, à frente da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) desde março passado, em referência aos presidentes do Brasil, Argentina e Colômbia.

"Deixamos de ser periferia e estamos no centro das posições políticas e econômicas", disse Mejía.

A América Latina está no G20, grupo das 20 economias mais desenvolvidas do globo e o Brasil forma ainda parte dos Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul.

Os chanceleres de Unasul, integrada por Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela, acordaram meses atrás o reforço de sua coordenação em matéria econômica.

Os ministros da Economia da Unasul preveem reunir-se para "coordenar" posições para o encontro de chefes de Estado e de Governo do G20 em Cannes, sob a presidência francesa.

"Esse encontro permitirá evidenciar o peso estratégico que possui a América do Sul para o mundo", que traz lições ao primeiro-mundo como a capacidade de superar suas crises, cuidar de seus recursos naturais e buscar medidas comuns em matéria de confiança", afirmou.

"Não se trata de falar de "cooperação norte-sul, mas sim sul-sul", afirmou antes de participar de uma mesa redonda no seminário sobre "Os desafios presentes e futuros da América Latina" celebrado na Maison de l'Amerique Latine, em Paris.

A diplomata colombiana felicitou o "incrível" caminho percorrido pela Unasul "em três anos e quatro meses".

Desde então, o grupo atravessou "tensões regionais" como a convocatória ao referendum de Santa Cruz (Bolívia) em 2008, as diferenças entre Colômbia e Venezuela "há 13 meses", a disputa dos Estados Unidos pela base de Manta (Equador) ou a presença americana em bases colombianas.

"Essas tensões regionais foram superadas mediante a concentração política, que diexaram de lado as diferenças ideológicas e foram capazes de construir posições comuns", disse Mejía.

Mejía confirmou que a Unasul aceitou o pedido do ministro boliviano de Relações Exteriores, David Choquehuanca, de participar nas investigações dos fatos ocorridos em 25 de setembro, quando a polícia desse país reprimiu uma marcha indígena contra a construção de uma estrada de 300 km que passa por um parque ecológico no centro do país.

"Entendemos que ao possuir recursos naturais e buscar o desenvolvimento, é preciso fazê-lo considerando os povos nativos", disse Mejía interrogada sobre a forma de alcançar uma solução considerando as reivindicações indígenas e os argumentos do governo boliviano de que o projeto, financiado pelo Brasil, gerará desenvolvimento regional.

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