Alto desemprego na Espanha é emergência sanitária, diz OMS
O alto desemprego de jovens na Espanha "é uma emergência sanitária" que, se não for resolvido, terá consequências para futuras gerações, disse OMS
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2013 às 13h07.
Londres - O alto desemprego de jovens na Espanha "é uma emergência sanitária" que, se não for resolvido, terá consequências para futuras gerações, afirmou nesta quarta-feira em Londres o autor de um estudo para a Organização Mundial da Saúde ( OMS ) sobre as desigualdades de saúde na Europa, Michael Marmot.
Diretor do Instituto de Igualdade Sanitária da University College de Londres, Marmot ressaltou que o governo espanhol deve introduzir medidas de proteção social para evitar a deterioração da geração jovem, que enfrenta o risco de problemas mentais e uma taxa de mortalidade mais alta.
"É urgente promulgar políticas econômicas e sociais que deem a estas pessoas um futuro", disse o acadêmico, que em sua apresentação mostrou uma foto de indignados se manifestando nas ruas de Madri.
Estas medidas incluiriam, segundo Marmot, o incentivo ao emprego com formação e acesso adequado a práticas assim como a garantia de renda para os desempregados através de ajudas sociais.
"Me preocupa que as medidas de austeridade impostas a Espanha, Grécia e Portugal estejam aumentando o desemprego entre a população jovem", disse o acadêmico, que ofereceu à Espanha uma receita para prevenir males maiores.
"O governo espanhol deve enfrentar a troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) e dizer que deixe de impor medidas que prejudiquem a sua população", declarou.
"Com 52% de desemprego entre jovens, o mais alto da Europa, a Espanha enfrenta uma emergência sanitária", declarou Marmot.
A falta de emprego, argumentou, "é muito nociva para a saúde", com o efeito a curto prazo de "problemas de saúde mental" assim como um maior índice de distúrbios sociais.
A longo prazo, os desempregados sofrem "mais problemas físicos de saúde", até o ponto em que os desempregados têm "um taxa de mortalidade 20% mais alta" que as pessoas empregadas.
Os suicídios, "que são a ponta do iceberg", aumentam de maneira proporcional ao desemprego, disse o especialista.
No caso dos jovens, a falta de emprego nessa faixa de idade "diminui suas perspectivas de uma vida melhor no futuro, o que por sua vez repercutirá em seus filhos, que nascerão na pobreza ou com menos oportunidades".
Segundo o relatório apresentado hoje em Londres, "todos os países da Europa, ricos ou pobres, podem tomar medidas para melhorar a saúde de suas populações, pois é uma questão de prioridade".
"Uma pequena intervenção nos primeiros anos de vida de uma criança, para melhorar seu acesso à educação e a um estilo de vida são, pode ter um grande efeito, pois essa pessoa se desenvolverá melhor em anos posteriores", argumentou a diretora para a Europa da OMS, Zsuzsanna Jakab.
O relatório da OMS analisa as desigualdades de saúde entre 53 países europeus e sugere iniciativas que os governos possam aplicar para reduzir o problema, como a diminuição da pobreza infantil, a melhora da educação sanitária ou um sistema público de saúde de qualidade.
Londres - O alto desemprego de jovens na Espanha "é uma emergência sanitária" que, se não for resolvido, terá consequências para futuras gerações, afirmou nesta quarta-feira em Londres o autor de um estudo para a Organização Mundial da Saúde ( OMS ) sobre as desigualdades de saúde na Europa, Michael Marmot.
Diretor do Instituto de Igualdade Sanitária da University College de Londres, Marmot ressaltou que o governo espanhol deve introduzir medidas de proteção social para evitar a deterioração da geração jovem, que enfrenta o risco de problemas mentais e uma taxa de mortalidade mais alta.
"É urgente promulgar políticas econômicas e sociais que deem a estas pessoas um futuro", disse o acadêmico, que em sua apresentação mostrou uma foto de indignados se manifestando nas ruas de Madri.
Estas medidas incluiriam, segundo Marmot, o incentivo ao emprego com formação e acesso adequado a práticas assim como a garantia de renda para os desempregados através de ajudas sociais.
"Me preocupa que as medidas de austeridade impostas a Espanha, Grécia e Portugal estejam aumentando o desemprego entre a população jovem", disse o acadêmico, que ofereceu à Espanha uma receita para prevenir males maiores.
"O governo espanhol deve enfrentar a troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) e dizer que deixe de impor medidas que prejudiquem a sua população", declarou.
"Com 52% de desemprego entre jovens, o mais alto da Europa, a Espanha enfrenta uma emergência sanitária", declarou Marmot.
A falta de emprego, argumentou, "é muito nociva para a saúde", com o efeito a curto prazo de "problemas de saúde mental" assim como um maior índice de distúrbios sociais.
A longo prazo, os desempregados sofrem "mais problemas físicos de saúde", até o ponto em que os desempregados têm "um taxa de mortalidade 20% mais alta" que as pessoas empregadas.
Os suicídios, "que são a ponta do iceberg", aumentam de maneira proporcional ao desemprego, disse o especialista.
No caso dos jovens, a falta de emprego nessa faixa de idade "diminui suas perspectivas de uma vida melhor no futuro, o que por sua vez repercutirá em seus filhos, que nascerão na pobreza ou com menos oportunidades".
Segundo o relatório apresentado hoje em Londres, "todos os países da Europa, ricos ou pobres, podem tomar medidas para melhorar a saúde de suas populações, pois é uma questão de prioridade".
"Uma pequena intervenção nos primeiros anos de vida de uma criança, para melhorar seu acesso à educação e a um estilo de vida são, pode ter um grande efeito, pois essa pessoa se desenvolverá melhor em anos posteriores", argumentou a diretora para a Europa da OMS, Zsuzsanna Jakab.
O relatório da OMS analisa as desigualdades de saúde entre 53 países europeus e sugere iniciativas que os governos possam aplicar para reduzir o problema, como a diminuição da pobreza infantil, a melhora da educação sanitária ou um sistema público de saúde de qualidade.