Exército sírio em Aleppo: tropas de Assad recuperaram 98% do controle em bairros antes nas mãos de rebeldes (Omar Sanadiki/Reuters)
Gabriela Ruic
Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 12h59.
Última atualização em 14 de dezembro de 2016 às 13h09.
São Paulo – A intensidade e a gravidade da guerra na Síria ganharam novas proporções depois que ofensivas do governo de Bashar al Assad contra insurgentes que controlavam Aleppo mergulhou a cidade em um caos que parece não ter fim.
Nesta semana, a situação se tornou especialmente alarmante. O exército sírio retomou 98% da região leste da cidade, antes totalmente nas mãos dos rebeldes. Foi, sem dúvidas, a maior vitória do regime no conflito que já dura mais de cinco anos e mostra o enfraquecimento dos grupos que tentaram derrubá-lo nos últimos anos.
No fogo cruzado, no entanto, a população civil sofre com a violência, o medo e a escassez de itens essenciais à sobrevivência. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 82 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram massacradas e os corpos seguem expostos no meio da rua, uma vez que a retirada dos mortos não foi possível por conta dos bombardeios.
A intensidade dos conflitos fez com que a Rússia, principal aliada de Assad, e a Turquia, acertassem um cessar-fogo para a evacuação dos civis. Segundo o jornal The Guardian, o acordo acabou violado por uma milícia pró-governo que atua com apoio do Irã. Como resultado, os confrontos reiniciaram.
O momento, agora, é de tensão e estima-se que mais de cem mil pessoas estão presas em diferentes áreas dos bairros controlados pelos rebeldes.
Em Aleppo, no entanto, a vida nem sempre foi cercada pela violência. A cidade está localizada no norte da Síria, a cerca de 400 quilômetros da capital Damasco. Um dos principais centros econômicos e uma das maiores cidades da Síria, contava em 2010 com uma população que ultrapassava a marca de 5 milhões de habitantes.
O panorama local, no entanto, começou a mudar nos idos de 2012. Na ocasião, foi praticamente dividida ao meio: uma parte controlada pelo regime de Assad e outra controlada por rebeldes que querem a sua deposição. Desde então, se tornou a principal frente de batalha dessa guerra e está prestes a ruir.
Abaixo, EXAME.com selecionou algumas imagens que mostram como era Aleppo nos idos de 2009 e 2010 e como ficou depois do início do conflito.